Nosso mundo se esquece do valor que tem o tempo gasto à cabeceira de um doente.
Por Dom Orani João Tempesta*
Este serviço, especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz nem de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é este! – exclama o papa. Em tais momentos, pode-se contar, de modo particular, com a proximidade do Senhor, sendo, também, de especial apoio a missão da Igreja – escreve o papa –, que continua: sabedoria do coração é sair de si para ir ao encontro do irmão.
Às vezes, o nosso mundo se esquece do valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesi do fazer e do produzir, esquece-se a dimensão da gratuidade, do prestar cuidados, do encarregar-se do outro. No fundo, por detrás dessa atitude, há muitas vezes uma fé morna, que esqueceu a palavra do Senhor que diz: “a Mim mesmo o fizestes”. Por isso, o Papa Francisco recorda uma vez mais a “absoluta prioridade da ‘saída de si próprio’” para se pôr ao serviço do irmão necessitado.
Na mensagem, o papa Francisco fala das sabedorias: 1- Sabedoria do coração; 2- Sabedoria do coração é servir o irmão; 3- Sabedoria do coração é estar com o irmão; 4- Sabedoria do coração é sair de si ao encontro do irmão; 5- Sabedoria do coração é ser solidário com o irmão, sem julgá-lo.
Ao concluir a mensagem, o papa Francisco se remete a Maria Santíssima, pois foi ela que acolheu em seu ventre a Sabedoria Encarnada, que é Jesus Cristo, e depois recitou uma prece: “Ó Maria, Sede da Sabedoria, intercedei como nossa Mãe por todos os doentes e quantos cuidam deles. Fazei que possamos, no serviço ao próximo sofredor e através da própria experiência do sofrimento, acolher e fazer crescer em nós a verdadeira sabedoria do coração”.
Temos um belo serviço de visita aos enfermos, que vejo com alegria que cada vez melhor se organiza. Agradeço a Deus e a tantos irmãos do clero que se desdobram em ser essa presença. Convido outros irmãos e irmãs para que se associem nessa missão evangelizadora e importantíssima, seja nas visitas aos hospitais, seja nas residências. Eu mesmo gostaria de ter mais possibilidade de ter essa presença, e, quando consigo, agradeço a Deus, como pude fazer algumas vezes durante a Trezena de São Sebastião.
Este é um convite que faço a todos os arquidiocesanos, para que, neste Ano da Esperança Cristã, levemos a esperança que é Cristo para os que estão nos leitos hospitalares, ou em suas residências presos a uma cama, enfermos. Tenho visto muitos exemplos e sinais dessa presença.
Que a luz divina do Cristo Ressuscitado brilhe nos corações de todos os enfermos e nas suas famílias. Que Maria Santíssima, Auxiliadora dos Cristãos, Mãe dos Enfermos e Consoladora dos Aflitos nos ensine a aceitar o caminho do sofrimento guiado pela Palavra de Deus, que nos anima e nos guia ao do Cristo Redentor!
SIR
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