Entre outras vantagens, modelo de construção é capaz de gerar 100% da energia utilizada.
Por Vanielli Pazzini
O atual cenário de crise energética reforça a importância da economia de recursos naturais e a reformulação de condutas que tenham como objetivo diminuir o consumo nos edifícios, responsáveis por 40% da demanda total de energia mundialmente. Para atender essa demanda, o Programa EcoCommercial Building (ECB) – iniciativa global da MaterialScience - apresenta um modelo de construção que alia preservação de recursos naturais à viabilidade econômica, garantindo a construção de prédios adaptados às condições climáticas de qualquer lugar do planeta com operação de baixo consumo de energia e recursos.
“Recentemente foi feito um estudo com unidades do Programa ECB de diversos países e ficou provado que a meta de um edifício comercial que gere 100% da sua energia é totalmente viável, independente da condição climática do país”, comenta Fernando Resende, gerente do Programa EcoCommercial Building no Brasil. O estudo também apontou que em 10 anos é factível recuperar o investimento feito para a construção de um prédio deste tipo.
Um dos pontos-chave para o sucesso de uma construção sustentável é a busca pela redução do consumo de recursos em sua operação. Diversas escolhas feitas na etapa de projeto e construção vão impactar significativamente a fase operação, que ao contrário do que se imagina, corresponde a 75% dos custos do ciclo de vida de um edifício, contra 20% da fase de planejamento e construção e 5% da fase de demolição e remoção.
O uso de tecnologias passivas, como isolamento térmico, fachadas e coberturas translúcidas, elementos de sombreamento e proteção solar, ventilação natural, entre outros, contribuem significativamente para esta economia, sem impactar significativamente o custo inicial. “Em alguns casos, é possível até eliminar equipamentos de ar condicionado e reduzir consideravelmente a iluminação artificial”, completa Resende.
Além do Brasil, a MaterialScience mantém ECBs na Alemanha, Bélgica, China, Estados Unidos e Índia. No Brasil, o projeto foi lançado em 2012 e apenas dois anos depois foi o primeiro prédio privado do Brasil a receber a certificação LEED-NC Platinum, e deve ser o primeiro a gerar 100% de sua demanda anual de energia com fonte solar, além de alcançar uma redução de 50% nos custos anuais de energia e eliminação de ar condicionado em 95% dos espaços, com amplo uso de elementos passivos. Adicionalmente, o edifício atinge uma redução de 95% do consumo de água potável.
“Justamente por representarem parcela significativa do consumo de energia global, a melhora da eficiência energética nos edifício terá cada vez mais um papel fundamental. Além da escassez da energia e água, temos vivenciado questões como o aquecimento global e o crescimento populacional acelerado o que tende a dificultar ainda mais a situação e, por este motivo, a forma de pensar o edifício tem que mudar”, afirma Resende.
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