Marcos Souto Maior*
Na sequência, de advogado militante, entrei na disputa do cargo de desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, e o tempo me levou até ser Presidente daquele honrado poder constitucional. De logo, preparei com afinco, o palácio da justiça paraibana para acolher duas exposições internacionais, no biênio 2001/2002, com todo requinte das artes plásticas vindas de Paris, através da Galeria Cazeau-Béraudière, levando ao encontro cultural de quadros de artistas como Renoir, Matisse, René Magritte, Cândido Portinari, Picasso e outros. Cerca de quarenta mil pessoas passaram pelas portas do Palácio da Justiça, nas duas etapas culturais.
Aplaudi a iniciativa do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, em ser moderno e destemido na aproximação da sociedade em torno da arte e da cultura, concebendo em cal e pedra o Centro Cultural Ariano Suassuna, em homenagem ao paraibano ilustre da Capital, o qual nascera no Palácio da Redenção, sendo filho do Presidente de Estado (governador) João Suassuna, assassinado na Revolução de 1930, por meros motivos políticos. Ariano deixou peças eletrizantes a exemplo do Auto da Compadecida (1955), O Santo e a Porca (1958) e A farsa da Boa Preguiça (1960). Em 19 dezembro 2014 fora inaugurado o novel instrumento de fomento, incentivo e disseminador da cultura paraibana. Merecida homenagem!
Coube ao então Presidente do TCE/PB, Fábio Nogueira, conceber e construir um espaço multicultural com equipamentos importantes: o Auditório Celso Furtado, com quatrocentos e vinte lugares, Salão de Exposições Lynaldo Cavalcanti, Escola de Contas Otacílio Silveira e a Biblioteca Otávio de Sá Leita Filho. Na gestão atual, do Conselheiro Arthur Cunha Lima, tem destacado apresentações mensais da Orquestra Sinfônica de João Pessoa e, exposições diversas. Nesta semana, a corte de contas paraibanas, completa as comemorações alusivas ao sesquicentenário de nascimento do ex-presidente Epitácio Pessoa, mais precisamente no auditório do Centro Cultural Ariano Suassuna, do Tribunal de Contas da Paraíba, será o palco da palestra, “Epitácio Pessoa – O diplomata e jurista da Corte Internacional de Haia” prolatada pelo ministro Francisco Rezek, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.
O presidente Epitácio Pessoa, também era paraibano, da cidade de Umbuzeiro, sua gestão política-administrativa do país se estendeu 1919 a 1922, vencendo o já septuagenário Rui Barbosa, e estava na França em 13 de abril de 1919 e somente regressando em 21 de junho daquele mesmo ano. Também, seria o primeiro presidente apoiado por Minas, no caso exato de ser um paraibano, representava a flagrante derrota da política do café-com-leite onde reinavam as oligarquias paulista e mineira. E, “foi ao mesmo tempo laborioso, esforçado e difícil”, disse o escritor Souto Maior, avaliando a política dos governadores na pressão sobre o governo federal.
Também tribunais são “A cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, durante milênios, capacitou o homem a ser menos escravizado”. André Malraux.
*Advogado e desembargador aposentado
Marcos Souto Maior é advogado, professor de direito, ex presidente do Tribunal de Justiça da Paraiba, Ex secretario de Cultura, Esporte e Turismo, ex secretário de Serviço Social, ex diretor do Unipê e Desembargador aposentado.
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