Uma das maiores conquistas da renovação litúrgica proposta pelo Concílio Vaticano II é a participação do povo na celebração.
Quem deve celebrar a Missa não é o padre e a sua equipe. Quem celebra a missa e todos os Sacramentos é o povo de Deus, assembleia reunida de cristãos. Ela é o Corpo de Cristo, por isso é o povo todo, corpo de Cristo, que deve cantar rezar, aclamar, louvar, participar do sacrifício de Jesus Cristo, ouvir a palavra de Deus e a ela responder. O presidente, leitor, cantor devem agir como membro dentro do corpo, sentindo junto com o corpo, ou seja, celebrar com o povo e não diante dele.
O grande anseio do Vaticano II e que ainda hoje nos preocupa é de que todos os fiéis sejam levados à consciência de ativa participação das celebrações litúrgicas, exigidas pela própria natureza da Liturgia. O mesmo afirma que grande parte da participação é assegurada pela música.
A música deve ser ligada a ação litúrgica, exprimindo mais suavemente a oração, favorecendo a unanimidade e dando tom solene aos ritos. A unidade dos corações se atinge pelas vozes e as almas se elevam a Deus.
Não são poucas às vezes em que um coral ou um solista, contrariando o sentido da liturgia e a participação do povo, cante sozinho na missa, enquanto o povo permanece mudo mais parecendo assistir a um espetáculo.
De nossa parte, cometer tal absurdo seria tolice, pois vivemos num momento em que assembleia deseja participar. É comum em nossas comunidades bater palmas, elevar as mãos para o alto. Isso mostra como a assembleia quase numa expressão submissa tem o desejo de participar dando vida à liturgia que já tem seu ritual próprio. A liturgia deve ser expressão da vida.
Quando se trata de Adoração ao Santíssimo Sacramento, onde se “prolonga a graça da Eucaristia”, os que vão querem rezar. É bom lembrar isso aos cantores; reza-se também com o canto, isto quando eles deixam. O que vemos em muitas Adorações e Missas é um show de um pequeno grupo, e sinceramente, um show muito ruim, porque o povo não canta as músicas, elas em nada contribuem para entrar no mistério, os tons quando escolhidos não leva em consideração o povo, microfones com som além do necessário e parece não haver critério nas escolhas das músicas. Tem que ter critério para escolher! Não deixe nossa gente apática, como mero espectador. O povo é que deve cantar rezar, louvar enquanto comunidade reunida. É bom que os grupos de “sustentação” dos cantos pensem nisso.
*Religioso orionita da pequena obra da divina providência de São Luís Orione
Este texto foi elaborado a partir de análise pastoral. Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A música Litúrgica no Brasil. São Paulo: Paulus, 1999. (Estudos da CNBB n° 79).
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