segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Brasil promete reduzir emissões de gases

Presidente fixa meta das emissões de gases do efeito estufa para 2025, na ONU
O Brasil reduzirá em 37% as emissões de gases do efeito estufa até 2025, e em 43% até 2030, anunciou neste domingo a presidente Dilma Rousseff durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
"Quero anunciar que será de 37% até a 2025 a contribuição do Brasil para a redução de emissão de gases do efeito estufa e para 2030 a nossa ambição é de redução de 43%", afirmou a presidente em discurso na sede de ONU, em Nova York.
O Brasil levará estas propostas à Conferência do Clima de Paris (COP21), que reunirá 195 países entre 30 de novembro e 11 de dezembro na capital francesa com o objetivo de limitar a um máximo de 2 graus o aquecimento do planeta em relação à temperatura da era pré-industrial.
Nessa cúpula, que segue a realizada em Lima em 2014, será uma "oportunidade única" para elaborar uma "resposta comum" para os desafios climáticos, ressaltou Dilma.
Segundo a presidente, o Brasil também vai se comprometer "em primeiro, com o fim do desmatamento ilegal no país. Segundo, a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares. Terceiro, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradas. Quarto, a integração de 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-floresta".
"Continuaremos diversificando as fontes renováveis de nossa matriz energética, uma das mais limpas do mundo", garantiu.
"Comuns mas diferenciadas"
Na Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que terminou neste domingo (27), Dilma manifestou o compromisso do Brasil com a agenda pós-2015 de desenvolvimento acordada na última sexta-feira para acabar com a pobreza nos próximos 15 anos.
"Esta agenda inovadora exige a solidariedade mundial, a determinação de cada um de nós e o compromisso de fazer frente ao aquecimento global, superando a pobreza e construindo oportunidades para todos", disse a presidente, que voltará a falar na Assembleia Geral da ONU na segunda-feira.
Referindo-se ao combate ao aquecimento global, Dilma pediu que as obrigações dos países "sejam ambiciosas" e estejam de acordo com o "princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas", um sinal para que os países industrializados realizem esforços proporcionalmente maiores do que os mais pobres.
A nova agenda é muito mais ambiciosa que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (2000-2015): contempla a participação dos países industrializados e, além da pobreza e da saúde, abordará assuntos como a boa governança, a igualdade de gênero e a luta contra a corrupção.
Especialistas calculam que serão necessários entre 3,5 e 5 bilhões de dólares anuais durante 15 anos para financiar a ambiciosa iniciativa.
Reunião com Hollande, Humala e Ban
O Brasil já havia tornado público este ano seu compromisso para restaurar 12 milhões de hectares de floresta e eliminar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.
Maior economia da América Latina, o país reduziu as emissões de dióxido de carbono, que se mantiveram relativamente estáveis nos últimos anos - motivo pelo qual estima-se que atingirá a meta de ficar abaixo das 2 bilhões de toneladas definida para 2020, segundo estudos recentes.
Em Nova York, Dilma terá um almoço de trabalho para debater o aquecimento global com o presidente da França e anfitrião da COP21, François Hollande, com o presidente peruano, Ollanta Humala e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Ela também participará de um encontro sobre igualdade de gênero, e receberá o dono da Microsoft, Bill Gates e sua esposa Melinda. Na sexta-feira, a fundação Bill e Melinda Gates entrou com uma ação contra a Petrobras em um tribunal de Nova York alegando perdas de investimentos devido ao escândalo de corrupção na estatal.
AFP

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