Entre os 769 mortos na confusão, 465 eram iranianos.
Presidente Rohani esteve em cerimônia e criticou autoridades sauditas.
O Irã recebeu neste sábado (3) os restos mortais de um primeiro grupo de 104 vítimas da correria que causou a morte de centenas de peregrinos em Meca, com uma cerimônia em que o presidente iraniano, Hassan Rohani, reafirmou que seu país usará um "linguagem de autoridade" com a Arábia Saudita se for necessário.
O presidente e várias autoridades receberam o primeiro grupo de vítimas iranianas repatriado das 465 que oficialmente morreram no incidente, ocorrido em 24 de setembro durante a tradicional peregrinação anual do "Hajj".
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Pelo menos 769 pessoas morreram e 934 ficaram feridas na correria, segundo a Arábia Saudita.
Rohani insistiu nas críticas às autoridades sauditas feitas desde o Irã sobre o incidente, apesar de apontar que, por enquanto, a linguagem iraniana "foi a do afeto, da irmandade e do respeito, e que só foi usada a linguagem da diplomacia quando foi necessário".
No entanto, acrescentou que "se for preciso, a República Islâmica até poderá utilizar uma linguagem de autoridade" para tratar deste caso.
Rohani expressou seus sentidos pêsames às famílias das vítimas, e pediu que seja esclarecido "alguns foram culpados por este incidente, pois o Irã de modo algum deixará passar o sangue de nossos entes queridos se ficar provado que uma série de oficiais foram culpados neste incidente".
O presidente lembrou que, "graças às pressões do governo iraniano, alguns corpos das inocentes vítimas finalmente foram devolvidas ao país, e que amanhã serão enterrados oficialmente nas províncias a que pertencem".
O incidente causou uma profunda repulsa entre as autoridades e a imprensa iraniana com a gestão saudita da peregrinação.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou dar uma resposta "dura e severa" ao governo da Arábia Saudita se o país não assumir sua responsabilidade pela tragédia, e abrir uma investigação séria sobre o incidente.
Irã e Arábia Saudita estão em lados opostos em quase todos os conflitos regionais, em uma dura briga para dominar a influência regional, avivada por profundas diferenças religiosas, políticas e culturais.
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