Esta sexta-feira já é o último dia de negociações oficiais antes do início da COP21.
Os países em desenvolvimento reunidos em Bonn para as negociações climáticas aumentaram a pressão nessa quinta-feira (22) sobre os países ricos para obter compromissos financeiros a fim de lidar com os impactos do aquecimento global, uma questão-chave da conferência de Paris no final de novembro.
"O êxito da conferência vai depender do que disponibilizarmos em termos de finanças", lançou em entrevista coletiva, a sul-africana Nozipho Mxakato-Diseko, que preside o grupo G77.
O G77 - que reúne os 134 países mais pobres do mundo, os estados insulares e também China e Índia - "publicou as posições comuns sobre o financiamento para que sejam acrescentadas no acordo", declarou a diplomata.
Mas segundo ela, desde o início da semana, "os países desenvolvidos não negociaram" sobre este aspecto e sexta-feira já é o último dia de negociações oficiais antes do início da COP21 (30 de novembro a 11 de dezembro).
Esta situação de bloqueio sobre uma questão-chave criou uma grande frustração entre os países do Sul, que se apoiam na Convenção da ONU sobre o Clima para pedir ajuda aos países desenvolvidos.
A embaixadora sul-africana ressaltou o fato de que para inúmeras populações o desequilíbrio climático é "uma questão de vida ou morte".
"Os países em desenvolvimento precisam de financiamentos, de conhecimento e transferência de tecnologia, é um assunto urgente", afirmou.
O aquecimento do planeta, cuja velocidade é sem precedentes, é a causa de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, como a aceleração do derretimento de geleiras e a elevação do nível do mar.
Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o clima - assinada em 1992 por 195 países - os países desenvolvidos têm o dever de "fornecer recursos financeiros" para as ações de redução das emissões de gases de efeito estufa e para "ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem aos impactos da mudança climática".
O mundo mudou
Mas os países ricos relutam em assumir compromissos concretos para o pós-2020, data de vigência do futuro acordo de Paris.
"Devemos reconhecer que o mundo não é mais o mesmo dos anos 1990", declarou à AFP Elina Bardram, negociadora-chefe para a União Europeia.
"A lista de doadores não pode ser tão estreita quanto os países do Anexo 1" da Convenção (países desenvolvidos), argumentou. "A concentração de capital mudou dramaticamente", disse Bardram, explicando que ela visava "diversas economias emergentes".
Harjeet Singh, porta-voz da ActionAid, falando em nome da Rede de Ação Climática (900 ONGs), lamentou "duas abordagens muito opostas" sobre esta questão. A menos que ocorra uma mudança de posição, "não teremos um acordo sólido" em Paris, teme.
Em geral, o trabalho sobre o projeto de acordo avançou muito lentamente desde segunda-feira em Bonn.
Os países em desenvolvimento querem que os financiamentos sejam principalmente públicos e que a soma de 100 bilhões de dólares anuais, promessa para 2020, aumente nos anos seguintes.
As discussões em Bonn sobre os financiamentos são complicadas pela ausência de consenso sobre o montante atual da ajuda Norte-Sul para os projetos para o clima.
Um relatório recente da OCDE, comandado pela França e pelo Peru para a COP21, estimou que a quantia aumentou para 62 bilhões em 2014.
Nozipho Mxakato-Disekola recusou-se nesta quinta-feira a comentar este relatório, argumentando que ele foi realizado sem a participação dos países do Sul. Alguns países e ONGs criticam o fato de que o documento leva em conta os empréstimos e não apenas as doações.
Neste quadro de tensão, Elina Bardram estima que "a parte de financiamentos não será provavelmente resolvida" antes dos últimos dias da conferência de Paris, quando as discussões passarão para o nível ministerial.
"O êxito da conferência vai depender do que disponibilizarmos em termos de finanças", lançou em entrevista coletiva, a sul-africana Nozipho Mxakato-Diseko, que preside o grupo G77.
O G77 - que reúne os 134 países mais pobres do mundo, os estados insulares e também China e Índia - "publicou as posições comuns sobre o financiamento para que sejam acrescentadas no acordo", declarou a diplomata.
Mas segundo ela, desde o início da semana, "os países desenvolvidos não negociaram" sobre este aspecto e sexta-feira já é o último dia de negociações oficiais antes do início da COP21 (30 de novembro a 11 de dezembro).
Esta situação de bloqueio sobre uma questão-chave criou uma grande frustração entre os países do Sul, que se apoiam na Convenção da ONU sobre o Clima para pedir ajuda aos países desenvolvidos.
A embaixadora sul-africana ressaltou o fato de que para inúmeras populações o desequilíbrio climático é "uma questão de vida ou morte".
"Os países em desenvolvimento precisam de financiamentos, de conhecimento e transferência de tecnologia, é um assunto urgente", afirmou.
O aquecimento do planeta, cuja velocidade é sem precedentes, é a causa de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, como a aceleração do derretimento de geleiras e a elevação do nível do mar.
Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o clima - assinada em 1992 por 195 países - os países desenvolvidos têm o dever de "fornecer recursos financeiros" para as ações de redução das emissões de gases de efeito estufa e para "ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem aos impactos da mudança climática".
O mundo mudou
Mas os países ricos relutam em assumir compromissos concretos para o pós-2020, data de vigência do futuro acordo de Paris.
"Devemos reconhecer que o mundo não é mais o mesmo dos anos 1990", declarou à AFP Elina Bardram, negociadora-chefe para a União Europeia.
"A lista de doadores não pode ser tão estreita quanto os países do Anexo 1" da Convenção (países desenvolvidos), argumentou. "A concentração de capital mudou dramaticamente", disse Bardram, explicando que ela visava "diversas economias emergentes".
Harjeet Singh, porta-voz da ActionAid, falando em nome da Rede de Ação Climática (900 ONGs), lamentou "duas abordagens muito opostas" sobre esta questão. A menos que ocorra uma mudança de posição, "não teremos um acordo sólido" em Paris, teme.
Em geral, o trabalho sobre o projeto de acordo avançou muito lentamente desde segunda-feira em Bonn.
Os países em desenvolvimento querem que os financiamentos sejam principalmente públicos e que a soma de 100 bilhões de dólares anuais, promessa para 2020, aumente nos anos seguintes.
As discussões em Bonn sobre os financiamentos são complicadas pela ausência de consenso sobre o montante atual da ajuda Norte-Sul para os projetos para o clima.
Um relatório recente da OCDE, comandado pela França e pelo Peru para a COP21, estimou que a quantia aumentou para 62 bilhões em 2014.
Nozipho Mxakato-Disekola recusou-se nesta quinta-feira a comentar este relatório, argumentando que ele foi realizado sem a participação dos países do Sul. Alguns países e ONGs criticam o fato de que o documento leva em conta os empréstimos e não apenas as doações.
Neste quadro de tensão, Elina Bardram estima que "a parte de financiamentos não será provavelmente resolvida" antes dos últimos dias da conferência de Paris, quando as discussões passarão para o nível ministerial.
AFP
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