Rádio Vaticana
Bangui (RV) - “A visita do Papa Francisco doará esperança à República Centro-Africana. Todos ouviram os vários apelos feitos em favor de nosso povo e estamos honrados pelo fato de o pontífice ter escolhido a República Centro-Africana como meta de sua viagem à África.”
Foi o que disse o Pe. Hermann Tanguy Pounekrozou, sacerdote centro-africano que há vários anos trabalha com a seção italiana da fundação pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre”, sobre a situação dramática no país, mas também sobre o clima de esperança que agora se respira entre as pessoas, não obstante “a tristeza e a dor sejam evidentes na população obrigada a viver sua vida cotidiana sem pensar no futuro”.
Foi o que disse o Pe. Hermann Tanguy Pounekrozou, sacerdote centro-africano que há vários anos trabalha com a seção italiana da fundação pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre”, sobre a situação dramática no país, mas também sobre o clima de esperança que agora se respira entre as pessoas, não obstante “a tristeza e a dor sejam evidentes na população obrigada a viver sua vida cotidiana sem pensar no futuro”.
A República Centro-Africana se prepara para as eleições presidenciais que se realizarão no próximo dia 18. Esta é uma nação em que as autoridades encontram dificuldades em manter a ordem e garantir a convivência pacífica. O povo se encontra diante da possibilidade de escolher um presidente entre setenta candidatos para apenas dois milhões de eleitores. Segundo Pe. Tanguy, os aspirantes à presidência procuram ganhar consensos dando em troca açúcar, óleo e bicicletas. Alguns deles no passado, apoiaram diretamente ou indiretamente o Seleka, coalizão rebelde autora do golpe de 24 de março de 2013.
Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romamo, em Bangui, capital do país, homicídios, furtos e roubos estão na ordem do dia. O bairro de Boy-Rabé, no norte da cidade, foi tomado pela milícia anti-balaka, definida erroneamente como cristã, que se opôs ao Seleka, e no sul da capital, no bairro ‘Kilomètre 5’, vivem os muçulmanos, vigiados por suas milícias. Nas duas áreas é impossível entrar depois das 19h. A única área segura é a “green zone” no sudeste da cidade, onde se encontram os organismos internacionais.
Pe. Tanguy acredita que o conflito em andamento não seja de natureza religiosa, mas política e econômica. Os muçulmanos foram explorados no passado pelo Governo, pois a maioria é comerciante. Eles são mais ricos que os cristãos.
Neste quadro dramático, a Igreja local, guiada pelo Arcebispo de Bangui, Dom Dieudonné Nzapalainga, está trabalhando para fazer retornar a paz e promove o diálogo inter-religioso junto com alguns líderes islâmicos, como o imame Omar Kobine Layama.
“A voz da Igreja é ouvida e respeitada. Os nossos bispos estão trabalhando muito para restabelecer aquela convivência pacífica que sempre tivemos na República Centro-Africana. Certamente, a visita do Papa Francisco, muito apreciada pela comunidade muçulmana, dará um novo impulso ao diálogo inter-religiosos”, concluiu Pe. Tanguy. (MJ)
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