Na história mais recente da literatura portuguesa, destacamos, dentre outros, três importantes escritores: Eça de Queiroz(1845/1900), Fernando Pessoa(1888/1935) e José Saramago(1922/2010). Neste limitado espaço, selecionamos resumidos textos daquele que escreveu “Os Maias”, “O Crime do Padre Amaro”, bem como muitas outras obras primas. Vejamos quatro trechos: 1. “Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma igualdade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e de confusão”- (em “Farpas”-1872); 2. “Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o momento politico das nações. A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse”- (em “Distrito de Évora” -1867); 3. “Diz-se geralmente que, em Portugal, o público tem ideia de que o Governo deve fazer tudo, iniciar tudo. A nossa pobreza relativa é atribuída a este hábito político e social de depender para tudo do Governo”- (em “Cartas de Inglaterra” -1905/obra póstuma) e 4.“Uma nação só vive porque pensa. COGITAT ERGO EST”- (em “A Correspondência de Fradique Mendes”-1900). Pensemos e busquemos nos aprofundar nas mensagens e citações de Eça, ora fictícias, ora realistas. São atuais. Convém refletir.
*Professor,escritor e ex-governador do Ceará
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