Passadas as festividades do ano de 2015, com Natal e Réveillon, logo chega o próximo ao reinado de Momo, com as peculiaridades de cada região do nosso Brasil de espaço continental.A história do carnaval verde-amarelo teve iniciou no período colonial que, por incrível que pareça surgiram as primeiras manifestações carnavalescas no Brasil era denominada de entrudo praticada pelos escravos. Naquele tempo o povo saiu pelas ruas e praças, com seus rostos pintados com cores diversase, também jogavam pó de arroz, farinhae especiais bolinhas de água de cheiropara perfumar as pessoas pulando alegremente.Posteriormente, nas imediações da então sede imperial do país, a sempre cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, durante o século XIX, passou a criminalizar o entrudo, com aplicação de reprimenda, soltando a elite imperialista que tentava imitar, com a poderosa França, realizando requintados e animados bailes carnavalescos em clubes, teatros e mansões do povo rico daquele tempo. Para variar e, em um total contrassenso, o reinado de Momo era restrito a classe maior da época, passando, a elite estridente do Rio de Janeiro passou a desfilar e exibir pelas ruas das cidades próximas, no que se chamou de ‘Congresso das Sumidades Carnavalescas’, tendo a alta sociedade imperial,aos poucos, saíram dançando com orquestras próprias, tomar as principais ruas.
A população, no entanto, nunca desistiu do eterno entrudo e,ainda no final do século XIX, foram criados os famosos cordões e ranchos, com músicas próprias para desfilar por todo canto. Para tanto, foi utilizando o estilo das procissões religiosas,que os grupos de capoeira e os zé-pereiras, tocadoresseus bumbos invadindo as ruas imperiais, daqueles tempos áureos da folia e alegria. As marchinhas de carnaval, veio para ficar mesmo, apenas demorando um pouco,para aparecer gloriosamente, dentreas principais, a inesquecível e ainda usada: “O Abre-alas” da consagrada musicista, Chiquinha Gonzaga. Mais para frente do tempo, foi o samba carioca que tomouconta dos nossos eternos carnavais ao som das baterias com instrumentos diversos e simples. Mais adiante, após o invento dos afoxés e atabaques, os baianos logo se envolveram com o ‘berimbau’, instrumento tradicional, e suas danças compassadas e, também acapoeira, posteriormente se organizando como atividade esportiva. O Frevo quente pernambucano, também chegou no mesmo tempo dos demais carnavais, iniciados no início do século 20, com as orquestras de metais, bradar o estridente e legitimo frevo pelas ruas do Recife e, em Olinda descendo as ruas, também com a dança do maracatu e suas bandeiras coloridas. Paralelamente as Escolas de Sambacomeçavam a tomar força, com batucadaque se transformou em Bateria completa, com surdos de marcação, tarois, chocalho, tamborins,repiques, pandeiros, e a sempre bela, Rainha do Carnaval.
Já em pleno século XX, a força do carnaval foi tão grande que surgiram também, os “carnavais fora de época”, mostrando que não havia nenhum calendário oficial para as festividades. A inspiração saiu do trio elétrico, da duplaDodô e Osmar, eram jovens baianos que todos os meses do ano inventavam uma festa popular para curtir, com direito a mortalha padronizada e pompom, regado muita cerveja e música carnavalesca.O profissionalismo chegou aos carnavais tupiniquins, até as conhecidasescolas de samba carioca passaram, a mais festejada do país, se tornou algo importante, deatividade comercial e muito lucrativa, nessas festasque definitivamente dando lucro fantástico e, votos na política.
Monumento sensacional, em 1984, foi criada no Rio de Janeiro, a ‘Passarela do Samba’,também conhecida como Sambódromo, sob o mandato do saudoso ex-governador, Leonel Brizola, do PDT. Coube ao mestre do desenho arquitetônico,Oscar Niemeyer, caprichar o que hoje,constitui um dos principais símbolos do carnaval brasileiro! Na minha Paraíba, confesso que brinquei muito carnaval, comparecendo aos vetustos clubes fechados, Astréa eEsporte Clube Cabo Branco, com bailes com orquestras de metais. Em meu tempo de rapaz, tinha uma casa de veraneio na linda praia de Camboinha, na cidade portuária de Cabedelo (PB) e conseguimos idealizar com amigos, a saudosaFrasqueira de Camboinha. Particularmente sonhover e participar, ao vivo e a cores, um dia nas escolas desfilando no Rio de Janeiro. Penso que ainda chego. Que venha já, o reinado de Momo, estamos preparados para o que der e vier!
*Advogado e Desembargador Aposentado
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