A corrosiva e surrealista interpretação do mundo converteu Groucho Marx em um gênio da comédia.
Por Marco Lacerda*
“Não estou certo de cómo me transformei em comediante ou ator cômico. Talvez nem o seja. De qualquer modo tenho ganhado a vida há anos fazendo graça”. Esta é uma das muitas pérolas legadas por Groucho Marx, o gênio mais mordaz entre todos os que já habitaram o planeta cinematográfico, mestre da comédia e referência para centenas de intérpretes que escolheram a aproximação humorística da realidade como seu modo de vida. Um mito graças a uma corrosiva e surrealista interpretação do mundo cuja morte em completou quatro décadas.
Julius Henry Marx foi o quarto filho de um alfaiate sem talento e uma frustrada artista de variedades. A infância foi marcada por penúrias económicas. Encerrado com seus quatro irmãos, seus país, dois avós e uma irmã adotiva numa modesta casa, o garoto Julio sonhava ser escritor , mas acabou, por influencia da mãe, entregando-se ao teatro. Foi ela que o introduziu aos palcos junto com seus irmãos Chico, Harpo, Gummo e Zeppo. Juntos percorreram o país com números em que cantavam dançavam, tocavam todo tipo de instrumentos e sobretudo, arrancavam gargalhadas do público com seu humor irreverente.
No começo dos anos 20 debutaram na Broadway, alcançando éxito com obras como I´ll Say She Is, Animal Crackers e The Coconuts. Os estúdios Paramount lhes abriu as portas para Hollywood com a adaptação do últimos desses títulos, em 1929. Groucho, com seu característico bigode falso e seu charuto inseparável; Chico com seu elegante estilo ao piano; e o mudo Harpo carregando seu indefectível chapéu sua capa de gabardine e sua harpa, irrompiam em cena, grandiosos, num território que pertencia a monstros sagrados como Charles Chaplin e Buster Keaton.
Depois de rodar varios filmes para a Paramount, Zeppo e Gummo se desligaram do grupo. O trio remanescente seguiu adiante, empresariado por G. Thalberg na Metro Goldwyn Mayer. O fim da Associação chegou com ‘Loucos de amor’, no qual Marilyn Monroe fazia um pequeño papel, uma integrante do harem com o qual o ‘casanova’ Groucho manteve vínculos amorosos.
Um autêntico Casanova
A avidez com que Groucho cortejava o sexo oposto foi herdada do avô, um mago e ventríloco, de quem também se apropriou de sua paixão pelos charutos cubanos. “Qualquer um que diga que vê o mundo através das mulheres está perdendo um monte de coisas”, proclamava o ator, que sempre cultivou o hábito de buscar amor e sexo em bordéis quando não as encontraba e seduzia nos elencos com os quais trabalhou. Em seus braços encontraram abrigo desde camareiras até colegas de elenco.
“Por trás de todo grande homem há sempre uma grande mulher e, por tras dela, está sua esposa”, dizia Groucho numa de suas frases mais populares. Às custas do velho ditado, o ator casou-se três vezes, mas nem isso diminuiu sua fome pelas saias. “Acabem com o matrimônio e o divórcio também acabará, dizia o homem cuja última conquista seria Erin Fleming, 50 anos mais joven.
Em 1974 a Academia de Hollywood concedeu aos irmãos Marx um Oscar honorífico por sua contribuição à sétima arte. Três anos mais tarde, em 1977, aos 86 anos, o gênio do absurdo falecia em Los Angeles, vítima de uma pneumonia. Como patrimonio, deixou três filhos, vinte filmes, varios livros, intervenções memoráveis no programa de TV ‘You Bet Your Life’ e, sobretudo, uma inesgotável coleção de fitas que servem como testemunho do seu talento ímpar.
“Quando eu morrer quero ser cremado e que dez por cento das minhas cinzas sejam despejadas sobre o meu empresario”. Assim foi feito bem como foi cumprido seu desejo de que o epitáfio gravado em sua sepultura, dirigido aos que porventura a visitassem, fosse: “Desculpem por não me levantar”.
"A Day at the Races", com Groucho Marx. Veja um trecho:
Julius Henry Marx foi o quarto filho de um alfaiate sem talento e uma frustrada artista de variedades. A infância foi marcada por penúrias económicas. Encerrado com seus quatro irmãos, seus país, dois avós e uma irmã adotiva numa modesta casa, o garoto Julio sonhava ser escritor , mas acabou, por influencia da mãe, entregando-se ao teatro. Foi ela que o introduziu aos palcos junto com seus irmãos Chico, Harpo, Gummo e Zeppo. Juntos percorreram o país com números em que cantavam dançavam, tocavam todo tipo de instrumentos e sobretudo, arrancavam gargalhadas do público com seu humor irreverente.
No começo dos anos 20 debutaram na Broadway, alcançando éxito com obras como I´ll Say She Is, Animal Crackers e The Coconuts. Os estúdios Paramount lhes abriu as portas para Hollywood com a adaptação do últimos desses títulos, em 1929. Groucho, com seu característico bigode falso e seu charuto inseparável; Chico com seu elegante estilo ao piano; e o mudo Harpo carregando seu indefectível chapéu sua capa de gabardine e sua harpa, irrompiam em cena, grandiosos, num território que pertencia a monstros sagrados como Charles Chaplin e Buster Keaton.
Depois de rodar varios filmes para a Paramount, Zeppo e Gummo se desligaram do grupo. O trio remanescente seguiu adiante, empresariado por G. Thalberg na Metro Goldwyn Mayer. O fim da Associação chegou com ‘Loucos de amor’, no qual Marilyn Monroe fazia um pequeño papel, uma integrante do harem com o qual o ‘casanova’ Groucho manteve vínculos amorosos.
Um autêntico Casanova
A avidez com que Groucho cortejava o sexo oposto foi herdada do avô, um mago e ventríloco, de quem também se apropriou de sua paixão pelos charutos cubanos. “Qualquer um que diga que vê o mundo através das mulheres está perdendo um monte de coisas”, proclamava o ator, que sempre cultivou o hábito de buscar amor e sexo em bordéis quando não as encontraba e seduzia nos elencos com os quais trabalhou. Em seus braços encontraram abrigo desde camareiras até colegas de elenco.
“Por trás de todo grande homem há sempre uma grande mulher e, por tras dela, está sua esposa”, dizia Groucho numa de suas frases mais populares. Às custas do velho ditado, o ator casou-se três vezes, mas nem isso diminuiu sua fome pelas saias. “Acabem com o matrimônio e o divórcio também acabará, dizia o homem cuja última conquista seria Erin Fleming, 50 anos mais joven.
Em 1974 a Academia de Hollywood concedeu aos irmãos Marx um Oscar honorífico por sua contribuição à sétima arte. Três anos mais tarde, em 1977, aos 86 anos, o gênio do absurdo falecia em Los Angeles, vítima de uma pneumonia. Como patrimonio, deixou três filhos, vinte filmes, varios livros, intervenções memoráveis no programa de TV ‘You Bet Your Life’ e, sobretudo, uma inesgotável coleção de fitas que servem como testemunho do seu talento ímpar.
“Quando eu morrer quero ser cremado e que dez por cento das minhas cinzas sejam despejadas sobre o meu empresario”. Assim foi feito bem como foi cumprido seu desejo de que o epitáfio gravado em sua sepultura, dirigido aos que porventura a visitassem, fosse: “Desculpem por não me levantar”.
"A Day at the Races", com Groucho Marx. Veja um trecho:
*Marco Lacerda é jornalista, escritor e editor-especial do Domtotal
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