sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Papa Francisco: cada gesto e palavra deve expressar a ternura e o perdão de Deus

O Papa Francisco beija um menino no Sala Paulo VI. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

VATICANO, 22 Jan. 16 / 02:00 pm (ACI).- Esta manhã foi apresentada, no Vaticano, a 50º Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2016, que se celebra todos os anos no domingo anterior à festa do Pentecostes, este ano em 8 de maio. Com o título “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”, faz referência ao Jubileu da Misericórdia.

Na mensagem, o Papa assinala que uma tarefa de todo cristão é comunicar com misericórdia, o que gera “proximidade” com a outra pessoa e ajuda a criar comunhão. Por isso, “aquilo que dizemos e o modo como o dizemos, cada palavra e cada gesto deveria poder expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos”, assegura.

Em um “mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e os irmãos em humanidade”, afirma Francisco.

No texto, também indica que “a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir”.

“O amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando. E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus”.

O Papa explica que todos os batizados são “chamados a comunicar com todos, sem exclusão”. Para isso, a Igreja utiliza a misericórdia, com a que pode “tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos”.

Enfim, “trata-se de acolher em nós mesmos e irradiar ao nosso redor o calor materno da Igreja, para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a ‘centelha’ que os vivifica”.

O Pontífice também afirma que a comunicação “tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade”.

E isto é possível “tanto no ambiente físico como no digital”. Portanto, “palavras e ações hão-de ser tais que nos ajudem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio”.

Photo published for TEXTO COMPLETO: Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais Não obstante, Francisco sublinha que a palavra do cristão “visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação”.

Na Mensagem, o Pontífice convida todos a “redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades”.

“Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se. E isto aplica-se também às relações entre os povos”.

“Em todos estes casos – diz Francisco – a misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar, como se exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: ‘A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe’”.

O Papa também fala da linguagem da política e a diplomacia e exorta a que inspire misericórdia. “Faço apelo sobretudo àqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo como se exprimem a respeito de quem pensa ou age de forma diferente e ainda de quem possa ter errado”.



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