Padre Geovane Saraiva*
O mistério
indescritível da comunhão encontra seu fundamento, do ponto de vista da fé, no
Pai-criador, no Filho-salvador e no Espírito-santificador, indicando-nos como é
indispensável uma fé firme e inabalável, como família dos filhos de Deus,
totalmente aberta e atenta em comunicar a obra da criação, lembrando-me das
palavras de Dom Helder: “Quando as palavras somem, quando os cuidados
adormecem, quando nos entregamos, de verdade, nas mãos do Senhor, o grande
silêncio nos mergulha na paz, na confiança, na alegria... E a voz de Deus se
faz ouvir”.
Temos o dogma da
transubstanciação, o qual chama nossa atenção e faz-nos pensar, a partir do
sólido fundamento do edifício eucarístico, na festa de Corpus Christi, na ceia,
o sacrifício do Cordeiro de Deus. É importante que fique sempre e cada vez mais
claro que as substâncias do pão, no corpo de Jesus, e do vinho, no mesmo sangue
de Nosso Senhor Jesus Cristo, permanecem inalteradas nas espécies do pão e do
vinho. Ora, devemos, de modo sobrenatural, transformar-nos em Cristo, como o pão
se transforma no corpo de Cristo e o vinho no Seu sangue. É Cristo entrando no
nosso mundo, não só para chamar a atenção das pessoas, mas para que todos
participem da vida de Deus.
Nosso Deus é solidário e próximo
de seu povo; é um Deus comunhão que quer não só partilhar a vida entre si, mas
quer entrar na vida daqueles que abraçam a fé, buscam respeito, acolhida e compreensão solidária. Pela força da eucaristia, numa enorme vontade de superar
diferenças e antagonismos, somos chamados a formar uma só coisa; somos chamados
a colocar, diante dos olhos e do coração, um Deus que fez tudo por amor e
também cuida de sua obra, enviando-nos como seus ardorosos colaboradores, pela
força de sua palavra: “Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a toda
criatura” (cf. Mc 16, 15). Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da
Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras
de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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