A morte de um dos maiores boxeadores de todos os tempos deixou o mundo de luto.
Em uma de suas frases, Ali afirmou poder "flutuar como uma borboleta e picar como uma abelha".
Muitos acreditam que a última luta que Muhammad Ali perdeu foi o combate para Trevor Barbick em 11 de dezembro de 1981, mas sua última batalha chegou ao fim na sexta-feira (03).
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Nascido com o nome de Cassius Marcellus Clay Jr. adotou o nome de Muhammad Ali quando se converteu ao islã.
Ali, que nasceu em 17 de janeiro de 1942 em Louisville (Kentucky), lutava há mais de 30 anos contra um oponente perigoso, o Mal de Parkinson.
Seu nome de nascimento começou a ficar famoso quando ele conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma-1960. Quatro anos depois se tornou campeão mundial profissional entre os pesados.
As dificuldades começaram cedo, já que cresceu no sul segregado dos Estados Unidos e sofreu com os preconceitos raciais e a discriminação.
Talvez por este motivo tenha abraçado o boxe e aos 12 anos descobriu seu talento para o esporte, após uma pegadinha do destino, quando sua bicicleta foi roubada.
Ali fez a denúncia do roubo e o policial que o atendeu, Joe Martin, o convenceu de que ele deveria aprender a se defender, virando seu primeiro treinador no ginásio Columbia de Louisville. Assim começou a lenda.
O Maior
O 'Maior' de todos os tempos começou a treinar com Martin para aprender a lutar e em pouco tempo iniciou a carreira nos ringues.
Em seu primeiro combate como amador, em 1954, venceu por decisão dos árbitros. Dois anos depois triunfou no torneio 'Golden Gloves' (Luvas de Ouro) para principiantes, na categoria semi-pesado.
Em 1959 venceu o Torneio Nacional dos Campeões das 'Golden Gloves', assim como o título nacional da União Atlética Amadora entre os pesos leve.
Com 1,91 metro de altura, Ali era uma figura imponente, mas também ficou famoso por sua grande velocidade e jogo de pernas.
Depois de vencer os três primeiros combates, derrotou o polonês Zbigniew Pietrzkowski e conquistou o ouro olímpico no Jogos de Roma-1960.
Depois do título olímpico, Ali passou a ser considerado um herói americano e rapidamente se tornou um profissional, dando prosseguimento à carreira vitoriosa nos ringues.
Derrotou o peso pesado britânico Henry Cooper em 1963 e depois nocauteou Sonny Liston em 1964 para tornar-se campeão mundial dos pesos pesados.
O campeão se definia como "O Maior" e nunca teve medo de elogiar a própria capacidade.
Durante a carreira profissional, Ali ficou muito conhecido por se gabar de suas habilidades antes de uma luta e por suas descrições e frases criativas.
Flutuar como uma borboleta e picar como uma abelha
Em uma de suas frases mais conhecidas, Ali afirmou à imprensa que ele poderia "flutuar como uma borboleta e picar como uma abelha" no ringue.
Começou a ter uma série de triunfos na carreira profissional quando, aos 22 anos e ainda conhecido como Cassius Clay, derrotou a Sonny Liston em 1964 em Miami, onde treinava em um ginásio da cidade.
Voltou a derrotar a Liston em maio de 1965 e o nocauteou no primeiro round.
Anos mais tarde aconteceu a luta do século no Madison Square Garden de Nova York, em março 1971, contra Joe Frazier, que registrou uma bolsa inédita para a época para um atleta ou artista (2,5 milhões de dólares para cada um), mas Ali sofreu sua primeira derrota.
Em um combate antológico conhecido como 'Rumble in the Jungle', Ali recuperou o título mundial dos pesos pesados ao nocautear George Foreman no oitavo round em Kinshasa, no então Zaire (atual República Democrática do Congo), em 30 de outubro de 1974.
E depois aconteceu a luta chamada de 'Thrilla in Manila', quando derrotou o rival Joe Frazier em 1º de outubro de 1975.
Não à guerra do Vietnã
Em 1967, quando era campeão mundial, Ali começou uma luta diferente, por seus pontos de vista francos a respeito da guerra do Vietnã.
Recrutado pelo exército em abril de 1967, ele se negou a aceitar o alistamento e alegou sua crença religiosa muçulmana, assim como sua oposição à guerra do Vietnã.
Foi detido por ter cometido um delito que era considerado grave. Quase imediatamente teve o título mundial retirado, assim como a licença de boxeador.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu um processo legal contra Ali, rejeitado seu pedido de objeção de consciência.
O atleta foi considerado culpado de violar as leis do Serviço de Alistamento e condenado a cinco anos de prisão em junho de 1967, mas permaneceu livre enquanto apelava da condenação.
Impedido de competir profissionalmente no período, Ali perdeu mais de três anos do melhor momento de sua carreira esportiva.
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos finalmente revogou a condenação em junho de 1971.
Ali, o filantropo
Depois de sua aposentadoria, Ali dedicou grande parte de seu tempo à filantropia.
Ele anunciou em 1984 que havia sido diagnosticado com o mal de Parkinson, uma condição neurológica degenerativa, e se envolveu com a arrecadação de fundos para a Ali Parkinson Center Mahoma em Phoenix, Arizona.
Em 1996, emocionou o mundo ao ascender a pira olímpica dos Jogos de Atlanta, com o corpo todo tremendo por causa da doença.
Com o passar dos anos, Ali também passou a apoiar os Jogos Olímpicos Especiais.
Em 1998 foi eleito Mensageiro da Paz da ONU por seu trabalho nos países em desenvolvimento.
Em 2005, Ali recebeu a "Medal of Freedom" (Medalha da Liberdade) Presidencial, a maior honraria para um civil nos Estados Unidos, das mãos do então presidente George W. Bush.
Também abriu o Centro Muhammad Ali na cidade de Louisville no mesmo ano.
"Sou um homem comum que trabalhou duro para desenvolver o talento que recebi", afirmou.
"Muitos fãs queriam construir um museu para reconhecer minhas conquistas. Eu queria mais que um edifício para abrigar minhar recordações. Eu queria um lugar que inspira as pessoas a serem o melhor que poderiam ser no que desejassem fazer, e para estimular que sejam respeitosas umas às outras", completou um dos maiores atletas de todos os tempos.
AFP
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