Talvez o famoso experimento de Heizenberg na física quântica possa nos trazer mais luz.
Todos nós temos o poder de mudar a realidade com nossos pensamentos, palavras e sentimentos.
Desde muito cedo em minha vida um dos ensinamentos que mais me intrigou foi o de que “a fé remove montanhas”. Olhava quando criança as montanhas pela janela e ficava imaginando como seria possível mudá-las de lugar. Haja força do pensamento! Curiosamente e paradoxalmente parecia intuitivamente possível e racionalmente inviável.
Com o passar dos anos a solução pareceu vir através da compreensão do ensinamento pela sua racional interpretação metafórica, afinal de contas tratava-se do imenso e efetivamente tangível poder da fé. Mais tarde, como engenheiro, a resposta pareceu vir também através de uma abordagem mais técnica: Com planejamento, recursos e know how avançado de engenharia tudo era possível. Neste contexto teríamos também a fé simbólica, representando o indômito espírito humano e sua incrível capacidade de realização a partir de uma visão de futuro. Uma visão talvez até certo ponto humanista, de fé na humanidade pelo próprio mérito a ela inerente.
Mas todas estas interpretações, embora razoáveis e, no meu ponto de vista pessoal, verdadeiras, pareciam ainda incomodamente incompletas. Talvez o famoso experimento de Heizenberg na área da física quântica possa nos trazer um pouco mais de luz tanto no sentido literal como no sentido figurado da fé que remove montanhas. Peço ao leitor, neste ponto do argumento, que não se assuste e nem desista deste texto. Convido-o a assistir ao vídeo de menos de cinco minutos e que está no formato de um divertido desenho animado voltado primariamente aos jovens. É o chamado Experimento da Dupla Fenda. Hoje esta turma de jovens, quando quer, pega no ar uma compreensão que parecia inalcançável às gerações anteriores. Justiça seja feita também às gerações passadas que nem de longe possuiam os recursos que temos hoje:
O vídeo é tão intrigante quanto o próprio ensinamento da fé e da montanha que motivou este texto. E não é ficção. Descreve um fato real e absolutamente tangível do universo material em que vivemos. De forma sumarizada imaginava-se que elétrons jogados através de uma fenda dupla em uma barreira, assim como bolas de tênis arremetidas através de fendas semelhantes, deixariam marcas em um anteparo mais ao fundo que se assemelham a própria forma das fendas conforme a figura que se segue:
Mas para surpresa de todos, os elétrons deixaram várias colunas de impacto no anteparo do fundo, no formato de várias fendas e não apenas de duas fendas.
Compreendeu-se neste ponto que os elétrons, que são partículas (como “bolas de tênis”), se comportaram também como ondas conforme a figura abaixo:
Não desista ainda!
Bom, mas isto quer dizer que cada elétron, que faz parte do átomo, que constitui a matéria, se comportou como se estivesse passando por uma fenda e pela outra e pelas duas ao mesmo tempo! Neste ponto acontece uma das maravilhas da natureza e da Criação: Ao procurar acompanhar cada elétron individualmente para saber, afinal de contas, por qual fenda eles passam, eles mudam de comportamento e passam a “agir” exatamente como esperamos que eles ajam e aí voltamos novamente às duas fendas e às duas colunas de marcas no anteparo mais ao fundo.
As implicações disso não poderiam ser maiores. A presença do homem interfere no comportamento da matéria. Ok, você pode argumentar que isso acontece apenas no nível subatômico, mas que na nossa realidade tangível a “realidade” é outra! Será mesmo? Não é o todo, no final das contas, o somatório de todas as partes pequenas?
“Porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.” – Mateus 17,20
Todos nós temos o poder de mudar a realidade com nossos pensamentos, palavras e, sobretudo, sentimentos. O poder nos foi dado como ferramenta de nosso livre arbítrio, só não sabemos, ainda, usá-lo! Nosso grande desafio como seres humanos é equilibrar o fato de sermos ao mesmo tempo infinitamente pequenos e infinitamente grandes. Infinitamente pequenos como indivíduos isolados, mas infinitamente grandes quando finalmente nos compreendemos como parte integrante e também protagonista deste Todo. E ser parte deste Todo é conhecer e entender um pouco melhor a grandeza e infinita beleza de nosso Criador e de sua criação.
E isso está longe de ser apenas filosófico. São princípios concretos que começam a se materializar em inúmeros projetos de engenharia avançada, inclusive na área de computação.
*Jose Antônio de Sousa Neto: Professor da Escola de Engenharia de Minas Gerais (EMGE). PhD em Accounting and Finance pela University of Birmingham no Reino Unido.
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