Padre Geovane Saraiva*
Deus, infinitamente bom, ao
relacionar-se com seu povo em íntima união com o ser humano e com o mundo,
aponta-nos para a cidade permanente, a Jerusalém celeste, cidade esta que não
prescinde de fé e esperança, que tem sua origem e se consolida aqui na Terra.
Daí a esperançosa luta da criatura humana em busca de uma cidade muito além e
acima desta, em um lugar de feliz encontro, reservado a todas as pessoas de boa
vontade, onde Deus – bom, amigo e terno – se faz presente para sempre.
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Os apelos de fé e esperança
chegam a nós de muitos modos, em variados tempos e circunstâncias. Como é
maravilhosa a imagem do encontro e da queda de Saulo no caminho de Damasco,
descobrindo algo divino, nas areias daquela estrada, a voz de alguém
infinitamente maior do que sua incontida convicção, doravante doando-se por completo
a Deus, no serviço da humanidade! A Francisco de Assis, igualmente, foi enorme
o custo de não só descer do belo e encantador cavalo, que na circunstância
montava, mas também do cavalo do orgulho e da vaidade, no sonho juvenil de
conquistar grandes títulos da nobreza de seu tempo.
Tomé também desce do cavalo, na
sua providente incredulidade, no seu gesto de tocar nas feridas de Jesus, gesto
este que marcou profundamente e consolidou a nossa fé, afastando qualquer
dúvida, nas palavras pronunciadas por Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”. Que
profissão de fé! Que bênção maravilhosa! Segundo São Gregório Magno, a falta de
fé do homem que precisava ver para crer não foi por acaso: estava previsto no
plano de Deus. Pondo as mãos nas feridas do seu Mestre e Senhor, curou as suas
e nossas feridas; curou as incredulidades da humanidade inteira, ocasionado-lhe
fé e esperança. Amém!
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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