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28 estados da União Europeia também concordaram com ratificação.
Camada de poluição cobre o céu de Nova Déli, na Índia.
A Índia, o terceiro emissor mundial de gases de efeito estufa, ratificou neste domingo (2) o acordo de Paris sobre o clima, um passo a favor do tratado, que entrará em vigo em breve.
O documento ratificado por Nova Délhi foi apresentado na sede das Nações Unidas, em Nova York, às 11H00 (Brasília), anunciou o ministro indiano do Meio Ambiente, Anil Madhav Dave, em sua conta do Twitter.
Todo o procedimento ocorreu sem cerimônias.
Com a ideia de cultivar sua imagem de governo ecologista, o poder Executivo do nacionalista hindu Narendra Modi escolheu a simbólica data de 2 de outubro, aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, para ratificar o acordo da COP21.
Modi afirmou, para explicar sua decisão, que sua vida foi marcada pela pegada do carbono.
O acordo de Paris aponta limitar o aquecimento global por baixo de 2º C a respeito dos níveis pré-industriais.
Para que entre em vigor, o acordo, anunciado em dezembro de 2015, deve ser ratificado por, ao menos, 55 países que sejam responsáveis, como mínimo, de 55% das emissões de gases de efeito estufa.
Assim, com a Índia e seus 4,1% das emissões mundiais, um total de 62 países responsáveis por quase 52% das emissões totais, terão ratificado o acordo.
China e Estados Unidos, os dois países que mais contaminam, contribuíram para acelerar o processo ao assinarem o texto no início de setembro, durante uma cúpula na qual se reuniram os presidentes Xi Jinping e Barack Obama.
Por sua parte, a União Europeia (UE), com 12% das emissões, o ratificará nos próximos dias.
Argentina, Brasil e México, assim como importantes produtores de petróleo, como Brunei e Emirados Árabes, já o ratificaram.
- Sim ao acordo, também ao carvão-
Mas, apesar de suas promessas ecologistas, a Índia depende em grande medida de suas muito contaminantes centrais de carvão, que cobrem cerca de 60% de sua produção de eletricidade.
O gigante do sul da Ásia deve conciliar as exigências de seu crescimento sustentável (7,6% em 2015/2016) com uma demanda energética em aumento e a necessidade de criar muitos empregos para as gerações jovens que vão se incorporando ao mercado de trabalho.
"A Índia é uma das poucas grandes economias que não prometeu abandonar o carvão", apontou Joydeep Gupta, diretor da página The Third Pole, especializada em questões ambientais e climáticas do sul da Ásia.
Para melhoras sua marca ecológica, Nova Délhi fez da energia solar a pedra angular de sua estratégia, fixando o ambicioso objetivo de levar sua produção solar até os 100 gigawatts em 2022, ou seja, mais de dez vezes sua capacidade atual.
Contudo, segundo suas projeções, o carvão continuaria sendo a primeira fonte de energia da Índia.
Mas os especialistas reconhecem o compromisso do governo de Modi a favor das energias renováveis, sua política em matéria de meio ambiente deixa ainda muito a desejar, segundo eles.
"[O governo de Modi] Ignora os problemas da contaminação do ar, da água, do solo. E sua atitude não é favorável com os militantes ecologistas", aqueles que o governo, no poder desde 2014, percebe como um obstáculo ao crescimento, explicou Gupta.
AFP
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