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"Essa é a nova corrida do ouro", disse à Reuters Laurence Burkin. (Divulgação)
Por Tom Westbrook e Charlotte Greenfield
Abelhas da Nova Zelândia estão sendo roubadas e negociadas por grupos do crime organizado que buscam ganhar dinheiro com a disparada no preço do mel do país, disseram a polícia e apicultores nesta quarta-feira.
"Essa é a nova corrida do ouro", disse à Reuters Laurence Burkin, gerente do apiário The True Honey Co, de Dannevirke, no norte da capital Wellington, ele mesmo vítima dos ladrões de colmeias.
O roubo de colmeias está aumentando e 400 furtos de abelhas ou mel foram relatados nos seis meses encerrados em janeiro, disse a polícia em um comunicado enviado por email, sem fornecer cifras de períodos anteriores.
"Não há nada que indique, a essa altura, que os roubos de colmeias ou mel estejam ligados diretamente a uma quadrilha em particular, mas acreditamos que esses delitos sejam organizados e provavelmente estão sendo realizados por grupos", disse o sargento Alasdair MacMillan, coordenador de Policiamento Comunitário da Polícia da Nova Zelândia.
A onda de crimes ocorre em um momento de forte crescimento da indústria de mel neozelandês. As exportações subiram 35 por cento, atingindo o equivalente a 219 milhões de dólares, no ano transcorrido até junho, segundo o Ministério da Indústria Primária, e cerca de um terço deste montante foi vendido à China e a Hong Kong.
Apiários contactados pela Reuters disseram que o salto no preço do mel nativo manuka, que números oficiais mostram ter triplicado de valor desde 2012, está provocando um crescimento nos crimes relacionados ao setor.
"Está frequente. O mel está supervalorizado, é absurdo. Comprar e vender colmeias está rendendo um dinheiro fácil", disse Bruce Robertson, diretor-gerente da Haines Apiaries de Kaitaia.
Produto local valorizado por suas propriedades antibactericidas, além do sabor, o mel manuka rende até 148 dólares neozelandeses por quilo, segundo cifras governamentais, e uma colmeia chega a valer 2 mil dólares neozelandeses (1.390 dólares).
Robertson disse que recentemente gastou 5 mil dólares neozelandeses para reforçar a segurança depois de descobrir que uma ou duas de suas aproximadas 3 mil colmeias estavam sendo roubadas semanalmente.
Agora a polícia está trabalhando com a entidade Apicultura Nova Zelândia e com o Ministério da Indústria Primária para aprimorar as técnicas de investigação e desenvolver uma base de dados para monitorar a movimentação das colmeias pelo país.
Reuters
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