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Pesquisadores dos EUA descobriram que os exercícios espirituais de Santo Inácio
influenciam os sistemas de bem-estar cerebral.
No Brasil, a casa de retiros Itaici-Vila Kostka é referência no ministério dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio. (Jesuítas Brasil)
Por Roberta Sciamplicotti
De acordo com pesquisas do Marcus Institute of Integrative Health, da Universidade Thomas Jefferson, os exercícios espirituais inacianos, ou seja, os retiros católicos realizados de acordo com a proposta de Santo Inácio de Loyola, parecem causar “significativas mudanças” no cérebro.
Os cientistas do instituto norte-americano estudaram as respostas cerebrais de pessoas que fizeram um retiro inaciano e divulgaram os resultados na publicação Religion, Brain and Behaviour (“Religião, Cérebro e Comportamento”).
O Catholic Herald divulgou declarações do Dr. Andrew Newberg, diretor de pesquisas da instituição:
“[Os estudos] demonstraram mudanças significativas nos transmissores de dopamina e serotonina após o retiro de sete dias. Como a serotonina e a dopamina fazem parte dos sistemas emocionais e de recompensa do cérebro, isso nos ajuda a entender por que essas práticas levam a experiências emocionais poderosas e positivas“.
A dopamina, chamada de “prazer químico”, está envolvida em uma ampla gama de funções cerebrais, desde o controle da atenção até o movimento. A serotonina, conhecida como “hormônio do bem-estar”, ajuda a controlar emoções e estados de ânimo.
O estudo envolveu 14 participantes cristãos entre 24 e 76 anos. Eles fizeram um retiro inaciano e praticaram os Exercícios Espirituais do santo fundador dos jesuítas. Após a missa da manhã, os participantes passavam a maior parte do dia em silêncio, oração e reflexão, além de conversarem todos os dias com um diretor espiritual.
Eles revelaram mudanças positivas significativas no tocante à saúde e à redução dos níveis de tensão e fadiga. Mencionaram ainda uma sensação de “transcender a si mesmos”, associada pelos pesquisadores ao aumento dos níveis de dopamina.
Um participante relatou:
“O retiro me transformou e ajudou a me conectar mais facilmente ao Espírito, a me reconectar com Deus. Antes do retiro eu tinha emoções limitadas, por assim dizer; especialmente, não era muito empático e não conseguia chorar. Mas durante o retiro experimentei exatamente o oposto”.
Antes e depois do retiro, os participantes foram submetidos a avaliações da sua atividade cerebral. Após 7 dias de exercícios espirituais, eles apresentaram uma redução de 5 a 8% na conexão do transmissor de dopamina e de 6,5% no de serotonina. Para os pesquisadores, essas diminuições podem levar a uma disponibilidade maior de dopamina e serotonina no cérebro, o que teria efeitos psicológicos positivos.
O Dr. Newberg observa:
“O nosso estudo levanta mais perguntas do que respostas. A nossa equipe está curiosa para descobrir quais foram os aspectos do retiro que causaram mudanças nos sistemas de neurotransmissão e se retiros diferentes produziriam efeitos diferentes. Esperamos que estudos futuros consigam responder a essas perguntas”.
Aleteia
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