segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Bispo irlandês pede a inclusão de famílias gays no Encontro Mundial das Famílias

domtotal.com
Diversidade não abarca apenas as famílias de pais divorciados e que voltaram a se casar, mas também as famílias de pais e mães gays
'Todos devem se sentir acolhidos no próximo ano', prosseguiu o religioso.
'Todos devem se sentir acolhidos no próximo ano', prosseguiu o religioso. (Avaaz/Reprodução)
Por Cameron Doody*

"Estamos vivendo em tempos de mudança e a família também está mudando". Com estas palavras o bispo de Limerick (Irlanda), dom Brendan Leahy, solicitou espaço para "a plena diversidade das famílias" no Encontro Mundial das Famílias que acontecerá em Dublin, em agosto do próximo ano. Diversidade não abarca apenas as famílias de pais divorciados e que voltaram a se casar, mas também as famílias de pais e mães gays.

Falando com o jornal irlandês Independent depois de apresentar o programa de eventos diocesanos para o maior encontro de matrimônios e famílias da Igreja mundial, o dom Leahy disse que, dada a aprovação do casamento homossexual na Irlanda em 2015, seria uma oportunidade perdida caso a Igreja não estendesse a mão para as famílias homossexuais nessa ocasião. "Tivemos o referendo a favor do casamento gay e muitas pessoas votaram nele: todos são igualmente bem-vindos a juntarem-se a esta celebração da família", declarou Leahy.

"Todos devem se sentir acolhidos no próximo ano", prosseguiu o prelado. "Queremos construir uma boa rede de apoio às famílias irlandesas em todos os níveis", e isso porque, ainda que o Encontro Mundial das Famílias seja um encontro internacional, na Irlanda é particularmente importante, de acordo com o bispo.

A família "nos ancora a vida, nos define. É um conforto quando estamos passando por dificuldades e o primeiro lugar onde vamos para celebrar algo", comentou o prelado de Limerick, acrescentando que é precisamente essa ancoragem e apoio incondicional que o Encontro Mundial das Famílias pretende exaltar.

"Minha esperança para o evento do próximo ano deve se estender para todas as famílias", concluiu o Bispo Leahy. "Para as famílias tradicionais e monoparentais, para as pessoas em segundos relacionamentos, pessoas divorciadas e que casaram novamente no civil, pessoas de muita fé e de pouca, gente que coincide com a Igreja e gente que não o faz".

Por outro lado - e também a propósito do Encontro Mundial das Famílias - a própria arquidiocese de Dublin, responsável pela organização do evento, publicou um programa paroquial informativo que apresenta uma forte mensagem de apoio à comunidade LGBTIQ.

"Embora a Igreja defenda o ideal do matrimônio como um compromisso permanente entre um homem e uma mulher, existem outros sindicatos que proporcionam apoio mútuo para o casal", diz este folheto intitulado "Amoris: Vamos falar sobre a família! Sejamos família!". "O Papa Francisco nunca nos encoraja a excluir, mas também acompanhar esses casais, com amor, preocupação e apoio". O assunto do encontro foi tomado pela página 24 do programa, folha que também apresenta uma foto de duas lésbicas se abraçando.

Não é a primeira vez que a organização do Encontro Mundial das Famílias adota uma mensagem tão a favor de diferentes tipos de família para além da tradicional. Em 2015, o então bispo Vincenzo Paglia - que posteriormente viria a ser presidente do Conselho Pontifício para a Família e atual presidente da Pontifícia Academia para a Vida, além de Grande Chanceler do renovado Instituto João Paulo II para o matrimônio e a Família) - confirmou que casais homossexuais seriam bem-vindos no evento na Filadélfia.

"Todos podem vir, ninguém será excluído", disse Paglia naquela ocasião. "E se alguém se sentir excluído, deixarei as 99 ovelhas e irei procurá-lo".


Instituto Humanista Unisinos

A reportagem é de , publicada por Religión Digital, 21-10-2017. A tradução é de Henrique Denis Luca

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