quarta-feira, 2 de maio de 2018

Bispos chilenos: dor das vítimas impõe novo caminho para Igreja

domtotal.com
"O Papa nos ajudará a discernir como acompanhar as vítimas, como reparar o mal causado e as medidas a serem adotadas para ajudar a reconstruir a comunhão eclesial" - dizem bispos.
Igreja chilena se viu abalada pelos casos de abuso cometidos pelo padre Karadima.
Igreja chilena se viu abalada pelos casos de abuso cometidos pelo padre Karadima. (Vatican Media).

“Rumo a um caminho de renovação eclesial”: esse é o título da nota publicada pelo site da Conferência episcopal chilena e assinada pelo presidente dos bispos, Dom Santiago Silva Retamales. Trata-se de um texto no qual se reflete sobre os abusos sexuais ocorridos no passado e se busca pensar no futuro, auspiciando uma profunda reflexão sobre o ser Igreja no país, sobre a necessidade de reconstruir nova relações e um novo modo de viver a mensagem do Evangelho.

Papa nos ajudará a reconstruir a comunhão eclesial

“Efetivamente, não é prazeroso receber um convite do Papa porque como Igreja no Chile não estamos agindo bem”, escrevem os bispos na nota. “Como Vigário de Cristo nos ajudará a discernir como acompanhar as vítimas, como reparar o mal causado e as medidas a serem adotadas para ajudar a reconstruir a comunhão eclesial”, evidenciam os prelados.

Portanto, é necessário um momento de repensamento sobre a identidade de Igreja, sobre seu futuro e sobre a urgência de um novo testemunho crível, acrescentam.

Solução não passa mediante decisões superficiais

Os bispos recordam a gravidade da “manipulação das consciências” e do abuso de crianças, ressaltam que “a solução não passa mediante decisões superficiais ou apenas com medidas a curto prazo”.

Não escondem que a estrada será longa e que o caminho deve ter uma única origem, ou seja, a renovação interior. Os bispos recordam também a necessidade de um testemunho crível, não somente a nível de intenções, mas sobretudo com as obras.

Tomada de consciência é percurso feito dolorosamente

Os problemas dos abusos não dizem respeito única e exclusivamente à Igreja no Chile, evidenciam os prelados. “A consciência crescente é de que os abusos de poder e os abusos sexuais na Igreja nunca mais devem voltar a verificar-se”, a tomada de consciência é um percurso que está sendo feito dolorosamente”. As vítimas estão nos mostrando com seu testemunho o sofrimento profundo devido a estes atos deploráveis, difíceis de curar, afirmam.

Citando uma passagem da Carta encíclica “Ecclesiam suam” do Papa Paulo VI sobre o caminhar juntos, os bispos recordam que a renovação “é o desafio de todo o Povo de Deus”.

Ouvir humildemente a voz de Cristo

“A primeira e urgente tarefa à qual o episcopado chileno é chamada é ouvir humildemente a voz de Cristo que fala mediante o Papa, e, por conseguinte, conduzir o diálogo no Povo de Deus e o diálogo em todos os níveis, inclusive com aqueles que não pertencem à Igreja, acrescentam.

Importante é ser Igreja em saída para “cuidar hoje das esperanças e das dificuldades de homens e mulheres”. “Mais do que nunca precisamos de humildade e respeito para reconstruir as relações” e levar um novo modo de viver que se funda na certeza da nossa fé: Cristo ressuscitado que “nos oferece misericórdia e vida nova”, concluem os bispos chilenos.

Vatican News

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