quarta-feira, 2 de maio de 2018

Moro manda separar parte de processo da 48ª fase da Lava Jato que investiga réu foragido na Espanha

Desmembramento foi pedido do MPF para não prolongar trâmite da ação. Etapa apura irregularidades nas concessões de rodovias federais no Paraná.
Por Aline Pavaneli, G1 PR

01/05/2018 17h22

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O juiz federal Sérgio Moro mandou separar parte da ação penal decorrente da 48ª fase da Lava Jato que investiga o réu Rodrigo Tacla Duran, foragido na Espanha. Esta etapa da operação apura irregularidades nas concessões de rodovias federais no Paraná.

Moro atendeu o pedido de desmembramento do processo feito pelo Ministério Público Federal (MPF), que argumentou que a notificação do advogado, que é apontado nas investigações como operador financeiro, “prolongaria demasiadamente o desenvolvimento do processo em prejuízo dos demais réus”.

A decisão do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas ações da Lava Jato na 1ª instância, é de segunda-feira (30).

“No que diz respeito a Rodrigo Tacla Duran, foragido na Espanha, acolho o pedido do MPF e determino seja o presente feito desmembrado em relação a ele, a fim de viabilizar a expedição de pedido de cooperação jurídica internacional destinado à sua citação, sem que haja comprometimento do trâmite desta ação penal”, diz o despacho.

O processo contra os outros 16 réus, que respondem por crimes como organização criminosa, estelionato, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva, segue o trâmite padrão.

O G1 não conseguiu contato com a defesa de Rodrigo Tacla Duran.

As investigações contra Tacla Duran
Segundo as investigações da 48ª fase da Lava Jato, batizada de Integração e deflagrada em fevereiro deste ano, o advogado Rodrigo Tacla Duran atuava como operador financeiro, simulando ou superfaturando contratos de prestação de serviços entre empreiteiras que executavam obras públicas e pessoas jurídicas controladas por ele.

Uma dessas empresas é a Tacla Duran Sociedade de Advogados, que firmou vários contratos simulados com empresas do Grupo Triunfo, investigado nesta etapa da operação, conforme o MPF.

“Na Operação Lava Jato, foi constatado que empresas relacionadas ao Grupo Triunfo depositaram, juntas, R$ 5.974.165,00 nas contas-correntes mantidas pelo escritório TACLA DURAN SOCIEDADE DE ADVOGADOS, pertencente a RODRIGO TACLA DURAN”, diz um trecho da denúncia do MPF apresenta à Justiça no início de abril.
Os procuradores também detalham na denúncia que a atuação de Tacla Duran como operador financeiro foi confirmada por vários delatores no decorrer da operação.


A Triunfo participações e investimentos disse que não comenta investigações em andamento e tem prontamente atendido a todas as solicitações das autoridades.

Outras ações
Rodrigo Tacla Duran foi alvo de um mandado de prisão preventiva na 36ª fase da Lava Jato, deflagrada em novembro de 2016. À época, Tacla Duran já estava fora do país e não chegou a ser preso.

Além da ação que apura irregularidade na concessão de rodovias federais no Paraná, ele é réu em um processo que apura crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em um esquema envolvendo obras de mais de R$ 1,8 bilhão do Consórcio Pipe-Rack, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Tacla Duran também é réu em outro processo, também desmembrado, que apura crimes de corrupção contra a Petrobras.

Nesta ação, foi solicitada a extradição do réu para o Brasil, mas o pedido foi negado pela Espanha devido à dupla nacionalidade do advogado.

Em 11 de abril deste ano, Moro decidiu pela transferência de parte deste processo para as autoridades espanholhas, considerando previsão em tratado e a utilização de empresa constituída na Espanha para a prática dos crimes investigados.

Para o juiz, as autoridades espanholas terão melhores condições de processar os fatos envolvendo as operações de lavagem de dinheiro da empresa com sede no país.

"Defiro o requerido pelo MPF para o fim de autorizar a transferência da ação penal e das provas pertinente para que Rodrigo Tacla Duran responda, quanto às operações de lavagem, fraudes e outros crimes envolvendo a Vivosant, perante a autoridades espanholas”, diz a decisão.
Outra parte deste mesmo processo, referente a crimes cometidos no Brasil, permanece na 13ª Vara Criminal de Curitiba.

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