sexta-feira, 3 de agosto de 2018

O caminho da virtude para a vida feliz

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Viver humanamente é orientar nossa vida para o Bem.
Desde a infância, espera-se, somos educados a partir de valores que vão contribuindo na constituição de nossa personalidade.
Desde a infância, espera-se, somos educados a partir de valores que vão contribuindo na constituição de nossa personalidade. (Reprodução/ Pixabay)
Por Felipe Magalhães Francisco*

Todos e todas precisamos aprender sobre o que é o viver. E esse aprendizado só se dá, de fato, na experiência concreta do processo de nos descobrirmos pessoas que, mesmo apesar dos condicionamentos, temos de nos assumirmos donos e donas de nosso próprio nariz. Desde a infância, espera-se, somos educados a partir de valores que vão contribuindo na constituição de nossa personalidade. Aprendemos o que é bom e o que é socialmente inaceitável para a vida em sociedade, já no primeiro núcleo da convivência, a família. Com o decorrer do tempo, vamos descobrindo outros valores e, no dia a dia da existência, vamos descobrindo o quanto de fato são importantes, se queremos viver bem.

Viver humanamente é orientar nossa vida para o Bem. Aqui se insere o que chamamos de virtude. São aquelas qualidades morais, intelectuais, espirituais, sociais, que nos qualificam como humanos. É preciso, pois, que nos eduquemos para uma vida virtuosa. A convivência é fundamental nesse processo de educação: é vivendo nossa condição de ser-com-os-outros-no-mundo que vamos tomando consciência de que precisamos ser pessoas melhores e, ao mesmo, a consciência de que precisamos contribuir para a humanização dos outros. As religiões, nesse sentido, no seu serviço humanizador, têm um papel importante no despertar da consciência das pessoas, para a condução da vida segundo as virtudes.

Pensar sobre a virtude pressupõe que tenhamos, também, uma palavra a respeito dos vícios, que são opostos no processo de nos tornarmos pessoas mais humanas. É o que nos leva a pensar Daniel Couto, no artigo: Os vícios como impedimento para a humanização. Os vícios se constituem do excesso e da falta, levando-nos a ações destrutivas de nossa própria natureza e nos distanciando da felicidade. Viver segundo a justa medida de nossas ações, a fim de que tenhamos equilíbrio, é o que nos faz seres humanos virtuosos.

Se os vícios nos desumanizam, as virtudes, ao contrário, fazem com que nos realizemos como pessoas e, segundo a inspiração filosófica e religiosa, vivamos felizes. Viver segundo a virtude é habituar-se a viver segundo o bem, por isso ela é humanizadora. Sobre isso se debruça Aldo Reis, no artigo: As virtudes como caminho de humanização. No artigo, o autor ressalta a compreensão da teologia cristã a respeito da virtude, segundo a concepção de que o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, está em sintonia com o bem, de modo que, por meio da virtude, a pessoa humana acaba por se conaturalizar com esse bem.

Luciana Cangussu propõe o terceiro artigo de nossa matéria especial: Espírito de sequência da natureza: princípio aplicado de desenvolvimento das virtudes. A partir da imagem do germinar da semente à frutificação, a autora reflete, a partir do campo da consciência, a respeito das virtudes como frutificações da alma. A individualidade virtuosa pressupõe um processo de desenvolvimento, lido na perspectiva da sequência: da inconsciência à consciência; da inexperiência à experiência; da imaturidade à maturidade; da fraqueza à robustez; do vício à virtude.

 Boa leitura!

*Felipe Magalhães Francisco é teólogo. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015). E-mail: felipe.mfrancisco.teologia@gmail.com.

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