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A utilização dos materiais sustentáveis nas construções é fundamental para o progresso sustentável.
A sustentabilidade não se refere apenas aos números financeiros, mas também aos resultados ambientais. (Pixabay)
Por Flávio Luiz Andrade*
A Engenharia Sustentável busca alinhar as questões do meio ambiente, sociais e econômico-financeiras possibilitando, desta forma, o desenvolvimento sustentável, que é aquele que atende às demandas humanas no presente, sem sacrificar as possibilidades das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas, para discutir e propor meios de reduzir os impactos negativos causados a humanidade. Foram propostos 17 objetivos que trazem consigo US$ 12 trilhões em oportunidades para o mundo dos negócios e é a engenharia que vai permitir acessar essas oportunidade.
Seguindo essa linha, os materiais sustentáveis também convergem e se inserem no contexto tríplice de impacto sobre a economia, o meio ambiente e o do consumo energético porque, como fonte renovável, têm numerosos efeitos positivos diretos e indiretos sobre o emprego e alimentam as atividades econômicas ao redor do mundo. A utilização dos materiais sustentáveis nas construções é fundamental para o progresso sustentável.
Um dos maiores desafios que se encontra na introdução desses novos materiais diz respeito à própria sustentabilidade, que se refere não apenas aos números financeiros, mas também aos resultados ambientais.
Ao redor do mundo, pesquisas têm sido realizadas com diversos materiais sustentáveis voltados para a indústria da construção civil, nas mais diferentes áreas. Uma dessas pesquisas, por exemplo, é da Universidade Firat, na Turquia, através do Departamento de Engenharia Industrial, que realizou estudos com materiais de isolamento térmico obtidos com cinzas volantes (Flay Ash – FA), óleo de milho modificado (MCO – Modified Corn Oil), argila (Clay – C) e perlita (P – perlite), apurando dessa forma suas características térmicas e mecânicas.
O objetivo dessa pesquisa foi o de analisar os desempenhos térmico e físico de novos materiais de isolamento de construção com menor coeficiente de condutividade térmica para diminuir a condução térmica em edifícios e, consequentemente, reduzir o consumo de energia.
O resultado desta pesquisa concluiu que o uso do Óleo de Milho Modificado (MCO), utilizado como aglutinante, e das Cinzas Volantes (FA), como material pozolânico[1], pode diminuir a condutividade térmica e produzir um material de construção mais leve. O menor coeficiente de condutividade térmica ajuda a evitar a transferência de calor para os edifícios e a perda de energia.
A Escola de Engenharia de Minas Gerais – EMGE, alinhada com a questão da sustentabilidade, possui um grupo de iniciação científica focado sobre o tema de Cidades Sustentáveis e que tem pesquisado sobre esses novos materiais na construção civil.
A demanda por energia nos edifícios vem aumentando em um ritmo mais acelerado. Ao adotar práticas como a utilização de novos materiais sustentáveis na construção civil, que permitem a redução do consumo de energia, o resultado é a construção de edifícios energeticamente mais eficientes, que otimizam todos os usos de energia nos mesmos.
Grandes e atraentes oportunidades existem para reduzir o uso de energia em edifícios, a custos mais baixos e retornos mais altos do que em outros setores. Isso demonstra que vale a pena investir na pesquisa em novos materiais sustentáveis com essa finalidade.
Diante de recursos limitados que precisam fazer frente à necessidades quase ilimitadas, as inovações trazidas por novos materiais permitem aprimoramentos e ganhos de eficiência, inclusive sob o ponto de vista econômico-financeiro, com imenso potencial para atender à importante missão de levar à sociedade uma infraestrutura cada vez melhor, e como um dos elementos de apoio fundamentais ao desenvolvimento humano.
[1] A cinza volante – FA, uma pozolana popular, pode melhorar as propriedades do concreto, como trabalhabilidade, durabilidade e resistência máxima em concreto endurecido
* Flávio Luiz Andrade, aluno do curso de Engenharia Civil da EMGE.
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