Por mais ameaçada, é ainda vida, uma dádiva e uma celebração, neste dia e em todos.

Os animais estão crescentemente em extinção. (Buntysmum/Pixabay)
Temos o que comemorar no Dia Internacional do Meio Ambiente? Uma resposta possível: sempre, em qualquer circunstância, há razões para celebrar a vida. Por mais ameaçada, é ainda vida, uma dádiva e uma celebração, neste dia e em todos.
Uma segunda resposta mais pessimista retumbaria um "não". O mundo esquenta mais e mais a cada dia, os animais estão crescentemente em extinção, as matas estão sendo derrubadas de modo acelerado, a vida periclita.
Intermediariamente, manejaríamos um "talvez". Se há um retrocesso visível nas políticas nacionais de proteção ao meio ambiente, há, todavia, um alento que nos é dado pela consciência humana crescente de que dependemos do nosso entorno e, cada vez mais, uns dos outros.
São três claras orientações, sendo a terceira a que nos acalenta, mas também a que nos interpela à reação. Se há os fãs do imediatismo e que ainda enxergam o mundo como um reino do inesgotável, a sociedade, até mais do que a política institucionalizada, está crescentemente chamando para si a responsabilidade de garantir uma vida de qualidade para a atual e futuras gerações.
O Programa de Pós-Graduação e a Pró-Reitoria de Pesquisa da Dom Helder Câmara estão convencidos de que, mais do que uma epistemologia, o Direito Ambiental interpela à ação e é na "inter-ação" que conseguiremos mudar o rumo das coisas.
Num grande propósito de criação de agenda, realizaram-se na Escola dois interessantes – e provocantes – eventos, reunindo renomados pesquisadores nacionais e internacionais. O primeiro, realizado em parceria com o Ministério Público Federal e a Fundação Getúlio Vargas entre os dias 22 a 24 de maio, tratou da relação nem sempre fácil entre compliance, corrupção e meio ambiente. Cada vez mais se aponta para a necessidade de práticas societárias e estatais "limpas" no duplo sentido: sem a mancha da corrupção e sem a mácula da destruição ambiental. O debate foi rico, intenso e revelador dos riscos por que passamos, mas também das possibilidades que existem no horizonte.
No segundo, entre 3 e 4 de junho, pesquisadores brasileiros e europeus discutiram as inter-relações entre democracia, direitos humanos e proteção ambiental. A profundidade das discussões revelou o quanto são interdependentes os três vetores. Sem democracia, a proteção ambiental periclita; sem a proteção ambiental, os clássicos direitos humanos se põem em risco; sem direitos humanos e o ambiente em seu núcleo, a democracia tende a perecer.
Não há episteme que não leve a uma prática responsável. E é essa relação que a Escola Dom Helder Câmara que revelar e fortalecer.
BEATRIZ SOUZA COSTA
Pró-Reitora de Pesquisa
SEBASTIEN KIWONGHI BIZAWU
Pró-Reitor de Pós-Graduação
JOSÉ ADÉRCIO LEITE SAMPAIO
Coordenador de Pós-Graduação
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