"O megaleilão pariu um rato. Isso não pode ser senão reflexo da desconfiança internacional em relação ao Brasil de Bolsonaro", diz Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, sobre o fiasco do resultado do leilão do pré-sal. "E o Brasil de Bolsonaro não inspira a menor confiança", completa
6 de novembro de 2019, 14:45 h Atualizado em 6 de novembro de 2019, 15:17
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - Das 14 empresas internacionais interessadas, como a francesa Total e a inglesa BP, somente sete compareceram. Mas somente uma – a nossa Petrobras – fez oferta.
Em consórcio com as estatais chinesas CNOOC e CNODC – 90% da Petrobras e 10% da China – arrematou a joia da coroa (Búzios) e a segunda melhor área (Itaipu).
Das quatro áreas oferecidas na Bacia de Santos, tidas como a maior descoberta de petróleo do país, com baixo risco de exploração e mais de 4,5 bilhões de barris previstos, somente duas despertaram interesse.
Dos R$106,5 bi trombeteados pelo megaministro da Economia, Paulo Guedes a União arrecadou apenas R$68,2 bi.
Os números falam por si. O megaleilão pariu um rato. Isso não pode ser senão reflexo da desconfiança internacional em relação ao Brasil de Bolsonaro. Investidores em áreas sensíveis como o petróleo escolhem lugares politicamente estáveis para colocar seus bilhões. E o Brasil de Bolsonaro não inspira a menor confiança.
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Quem é que vai investir a longo prazo num país que tem um governo que a toda hora briga com inimigos externos e internos, imaginários ou não e é presidido por uma pessoa que mais parece um galo de briga que distribui esporadas a torto e a direito sem nenhum pudor?
Não há a menor garantia para os investidores, pois o risco de uma ditadura é real – não há dia em que não se fale disso - e tudo o que eles querem para seus negócios prosperarem é democracia. Ditadores fazem o que lhes dá na veneta.
A boa notícia é que o pré-sal de Búzios e de Itaipu vai continuar sendo nosso. Melhor assim.
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