sábado, 15 de fevereiro de 2020

Emprego: 38 milhões brasileiros estão na informalidade

Sem emprego com carteira, mais de 38 milhões brasileiros estão na informalidade
Maiores taxas de desemprego foram registradas no Amapá (17,4%) e na Bahia (17,2%), enquanto que a menor foi a de Santa Catarina (6,1%)
Brasileiro tem se virado para superar a falta de emprego formal
Brasileiro tem se virado para superar a falta de emprego formal (Tania Rêgo/Agência Brasil)

A melhora na qualidade do emprego gerado no país ainda está concentrada em poucos locais, especialmente em São Paulo, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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No ano de 2019, a taxa de informalidade alcançou recorde em 19 Estados, além do Distrito Federal. Na média do Brasil, a taxa de informalidade foi de 41,1%, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas entre os trabalhadores ocupados. Mas esse porcentual subia a 62,4% no Pará. No Maranhão, 60,5% dos trabalhadores ocupados eram informais. No Estado de São Paulo, a taxa de informalidade média foi de 32,0% no ano passado, também o patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2016.

“O ano de 2019 é importante, porque é o terceiro ano seguido com aumento na ocupação. Mas outros indicadores mostram que a qualidade desse trabalho que está sendo gerado ainda carece de uma melhora”, ponderou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Na passagem do terceiro trimestre de 2019 para o quarto trimestre do ano, a taxa de desemprego teve um recuo estatisticamente significativo – ou seja, superou a margem de erro - em apenas 9 das 27 Unidades da Federação. Em São Paulo, a taxa de desemprego desceu de 12,0% para 11,5%, movimento semelhante ao da média nacional, que saiu de 11,8% para 11,0% no período.

Foram abertas 593 mil vagas com carteira assinada no setor privado em todo o País no último trimestre do ano passado, sendo mais da metade delas em São Paulo, que gerou 324 mil postos formais a mais no período. Apenas quatro Estados tiveram avanço significativo na carteira assinada no último trimestre do ano: São Paulo, Rondônia, Paraíba e Sergipe.

“O pico de carteira que a gente teve no final do ano não foi algo disseminado pelo país”, resumiu Adriana Beringuy. “O leve aumento da carteira no quarto trimestre não foi difundido, ficou concentrado em quatro estados, principalmente em São Paulo.”

O Estado de São Paulo abriu 473 mil vagas formais no setor privado no período de um ano. “A gente não vê nenhuma atividade se destacando. Tudo indica que foi uma soma de pequenas reações setoriais. Não foi a indústria que reagiu em São Paulo e começou a contratar com carteira na região. Não parece ser isso”, disse Adriana.

No quarto trimestre de 2019, o país ainda tinha 11,632 milhões de desempregados, sendo 2,910 milhões deles em busca de emprego há pelo menos dois anos.

Negros e brancos

A taxa de desemprego entre os brasileiros que se declaram brancos (8,7%) permaneceu significativamente abaixo no quarto trimestre da taxa de desocupação dos autodeclarados pretos (13 5%) e pardos (12,6%). A taxa de desemprego média global no período foi de 11,0%.

A participação dos pardos foi de 51,8%; a dos brancos, 34,2%; e a dos pretos, 13,0%.

Mulheres e homens

Entre as mulheres, a taxa de desemprego entre as mulheres foi de 13,1% no quarto trimestre do ano, significativamente superior à taxa de desocupação de 9,2% dos homens. Na média global, a taxa de desemprego foi de 11,0% no quarto trimestre.

As mulheres se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho em todas as regiões no quarto trimestre, o equivalente a 64,7% dos inativos na média do País.

Na população desempregada, as mulheres também eram maioria, 53 8%.

O nível da ocupação dos homens foi estimado em 65,0% no quarto trimestre, enquanto o das mulheres ficou em 46,2%.


Agência Estado/Dom Total

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