“Ao Senhor eu peço apenas uma
coisa e só isso que eu desejo, habitar na sua casa do Senhor, por toda minha
vida, para sentir-me maravilhado diante da sua bondade. Ele me guardará no seu
templo e me colocará em sua presença” (Sl 27, 4-5). Quando uma pessoa é amada
por Deus, leva em si mesmo, uma vontade misteriosa de sair do seu próprio
egoísmo e experimentar a alegria de servir e de amar os irmãos e irmãs, tendo
na mente e no coração o grande projeto de Deus, o da glória futura.
No mundo da história das artes
temos figuras talentosas, são gênios que influenciaram a humanidade, tais como
Dante Alighieri (1265-1321), escritor, poeta e político italiano, considerado o
primeiro e maior poeta da língua italiana; Leonardo da Vinci (1452-1519),
inventor, pintor, matemático e físico, figura das mais importantes da
Renascença; Michelangelo (1475-1564), pintor, escultor, poeta e arquiteto
italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do Ocidente.
É nesse contexto de sábios e gênios que não posso esquecer a figura prodigiosa
de Afonso Maria de Ligório, enfatizando sua obra musical mais conhecida, o hino
natalino, composto em 1744, intitulado: Tu
scendi dalle stelle - Do céu estrelado viestes.
É importante destacar no jovem uma
profunda e intensa vida de oração, fazendo a cada ano o seu retiro espiritual. Por sua
inigualável sabedoria, também foi considerado o homem das letras, de tal modo
que tudo concorre em Afonso Maria de Ligório, para que o amor de Deus cresça, desenvolva e se faça dom não só
para si, mas para toda humanidade. Ele quer ser feliz, indo ao encontro de
Deus, que se revelou e se manifestou, buscando-O no amor pelas pessoas do seu
tempo, em especial, os pobres e sofredores.
Em um determinado momento tomou a
firme decisão de abandonar a advocacia e dedicar-se à arte de salvar as almas,
a “Arte das Artes”. Estudou Filosofia e
Teologia e aos trinta anos foi ordenado sacerdote, vivendo o ministério em
profunda coerência com seu lema: “Deus me enviou para evangelizar os pobres”. A
partir daí colocou seu rigor intelectual e sua oratória a serviço do reino de
Deus, na sua ação vigorosa, como prodigioso escritor, deixando 111 obras
publicadas, destacando-se pelo seu tratado de teologia moral, transformando-se
num mestre sábio, de uma importância
incomensurável.
Sem deixar de lado o homem de
Deus, que pela sua santidade percebeu a realidade dos empobrecidos, logo lhe
surgindo a ideia das missões populares, com o objetivo levar a boa nova da
salvação aos que viviam na ignorância, longe do conhecimento da fé e das
verdades reveladas pelo Senhor Jesus Cristo.
Conhecido também como apóstolo do culto à Eucaristia e à Virgem Maria,
conduzindo o povo de Deus à meditação das realidades últimas: morte e juízo,
inferno e paraíso. E ainda à vida de oração e à vida sacramental. Imprimiu nas
pessoas com quem conviveu a marca indelével do indizível mistério do amor de
Deus.
Santo Afonso fundou a Congregação
dos Padres Redentoristas em 1732. Eles são numerosos, com presença no mundo
inteiro, carregando consigo marca da generosidade, no esforço constante de encarnar o Evangelho, sempre sensíveis
aos clamores dos pobres, excluídos e marginalizados da nossa sociedade. Aqui em Fortaleza, temos a alegria e a graça
de contar com o trabalho e a presença valiosa das comunidades redentoristas.
Santo Afonso Maria de Ligório
viveu uma longa vida, morrendo com mais de noventa anos de idade (1696- 1787),
deixando-nos um enorme legado, compreendido a partir do Deus terno e bom. Como
Mestre dos bons costumes, da ética e da moral, pensou e desejou que sua
mensagem, herança inestimável e inquestionável, deixada para a humanidade,
chegasse, enquanto possível, a todas as pessoas do planeta, através do
Evangelho, anunciado pelos seus filhos, os missionários redentoristas, sempre
sensíveis ao clamor de uma multidão de pessoas, que pela fé sonham com a vida em abundância (cf. Jo, 10,
10).
O Senhor colocou nos seus lábios
palavras seguras e sábias, deu-lhe o espírito de sabedoria, inteligência e o
revestiu de glória (cf. Sl 36, 31-32), através da vida, com todos seus
prodígios. Nomeado bispo dos Godos em 1762; já no ano de 1839 foi canonizado;
declarado solenemente Doutor da Igreja em 1871; pelo seu jeito de viver, em
1950, tornou-se padroeiro dos moralistas e confessores. Nós, povo de Deus do bairro Parquelândia,
nesta cidade de Fortaleza, somos gratos ao nosso bom Deus, por tê-lo como nosso
padroeiro. Deus seja louvado por suas santas criaturas!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza,
escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de
Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente
da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
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