segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Quando o amor convidou a economia para jantar

FÁTIMA
Conversas Contemporâneas da Consolata

Texto Francisco Pedro | 05/10/2013 | 12:26

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António Pinto Leite
Um jantar imaginário serviu de mote ao empresário e advogado António Pinto Leite para demonstrar a importância do amor na gestão empresarial, em mais uma sessão das Conversas Contemporâneas, promovidas em Fátima pelos Missionários da Consolata
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O palco escolhido foi um restaurante cheio de clientes, que podia muito bem simbolizar a sociedade, o motivo foi um jantar romântico, entre uma mulher «explosiva», sensual e tentadora (a economia) e um homem bonito, culto e inteligente, que representava o amor. Através desta teatralização, em que a «mulher» inundava o «homem» com perguntas - as mesmas que um empresário faria quando confrontado com o desafio de assumir o amor como critério de gestão -, António Pinto Leite deu uma lição, este sábado, em Fátima, de como é fundamental liderar as empresas com amor. 


«Um líder humanizado, faz uma organização humanizada; uma organização humanizada faz as pessoas felizes; pessoas felizes tornam as empresas mais produtivas e as empresas mais produtivas contribuem para uma economia mais saudável», sintetizou o advogado e presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE). Envolvido nesta causa desde 2009, Pinto Leite reconheceu que enveredou por um caminho espinhoso e difícil. Mas como católico, também confirmou que por muito que a ideia seja desafiante ou desconcertante, «não pode haver competência cristã sem amor». 



«O amor convoca a alegria, ternura, compaixão e generosidade e leva para dentro das empresas o perdão, o acolhimento e a delicadeza, que tantas vezes está afastada do mundo empresarial», sublinhou o empresário, explicando que basta a um gestor ter respeito pelos colaboradores e pelos fornecedores para evitar a entrada no circulo vicioso dos pagamentos tardios, por exemplo, que acabam por fazer quebrar o elo mais fraco do mundo empresarial. 



Inspirado na frase do pastor luterano Dietrich Bonhoeffer - «O centro vital da ética cristã é o amor» -, Pinto Leite destacou que gerir com amor vai muito para além da ética nos negócios. «É que valores todos nós temos, a questão está no carácter que suporta esses valores. E não há nada que reforce mais o carácter do que o amor». Para o presidente da ACEGE, o importante é que os empreendedores não pensem só «em ganhar dinheiro», mas procurem assegurar o retorno do seu investimento dando sempre atenção «às pessoas e ao seu talento». Na sua opinião, e numa altura em que se fala tanto nas «margens de crescimento» na economia, há que combater um dos maiores défices nas organizações empresariais, que é a falta de capacidade para gerir com amor.

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