quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Rei e seu Reino

Alguns reis encarnam a imagem de detentores absolutos do poder, contudo não têm todo esse poder.


Por vezes, assumimos postura de reis, mas somos frágeis.
Por João Batista Nunes Coelho

Alguns reis persistem em nossos dias. Quem são eles? São soberanos que regem determinado povo. Encarnam a imagem de detentores absolutos do poder. Contudo, a maioria não possui todo esse poder. Nem sempre governam sozinhos. 

Da mesma forma, em nossas vidas, muitos de nós se portam como reis absolutos. Já pensou nisso? Assumem esta postura os que querem ter sempre a última palavra, os que querem fazer só o que têm vontade, os que não respeitam a opinião alheia, os que não gostam de obedecer, quando necessário. 

Absolutismo. Portam-se como senhores absolutos. Até Deus fica alijado de suas vidas. Sabe como?  Quando estes não deixam espaço para reflexão à luz da Palavra de Deus. Não se dispõem a obedecer a ninguém, nem Àquele a quem devem obediência. Fazem exatamente o contrário do que fez o povo hebreu, que escolheu um rei e se dispôs a obedecê-lo: "Vieram, pois, todos os anciãos de Israel ter com o rei em Hebron. Davi fez com eles um tratado diante do Senhor e eles sagraram-no rei de Israel" (2Sm 5,3). E nós, que rei escolhemos para nossas vidas? O trabalho? Uma pessoa em especial? Nossas opiniões pessoais? Nosso comodismo?

Rei.  Por vezes, assumimos a postura de reis, mas, como os demais reis terrenos, somos frágeis. Somos humanos. Jesus, também foi frágil? Pareceu. "Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo" (Lc 23,37), gritou um dos ladrões crucificados com ele. Nós, parecemos reis e não somos; Jesus não parecia rei, mas era. Ele não tinha aparência de rei. Hoje continua não reinando em muitos corações. Os incrédulos até o desafiam como fez um dos malfeitores com ele crucificado: "Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!" (Lc 23,39). Nosso mundo está acostumado com o poder provado por apoteose, pompa, riqueza. Nosso Rei não ostentou essas características".

Reino invisível.  Ele quis e  quer reinar nos corações. O que acontece com o coração onde Jesus reina?  As consequências se manifestam nas ações da pessoa. Do coração emana a vida. Dali partem a prece, a maldade, a incredulidade, a honra ao Rei.  “Sede contentes e agradecidos ao Pai, que vos fez dignos de participar da herança dos santos na luz. Ele nos arrancou do poder das trevas e nos introduziu no Reino de seu Filho muito amado” (Cl 1,12-13). É um reino diferente deste mundo. Ele já está entre nós, em nossos corações, mas também ainda está para acontecer.

Diante  do Rei.  Cabe respeito, reverência. Cabe a atitude do outro malfeitor crucificado com Jesus: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres no mesmo suplício?” (Lc 23,40). O que repreendeu o comparsa parecia temer, quando disse: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado.” (Lc 23,42). Tanto que mereceu a resposta de Jesus: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc 23,43). Que presente, hein! É preciso confiar mais no poder do nosso Rei e menos em nossos poderes. Como se manifesta essa confiança nele? Vivendo sua mensagem, tributando-lhe reverência. 

Que Jesus Cristo seja, de fato, o Rei da vida de cada um de nós. "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus" (Cl. 3,1-2). Desta forma estaremos nos preparando para vivermos com ele no reino dos céus. Assim, "quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória"  (Cl 3,4).

Vale a pena investir nesta vida de glória que o Rei nos prometeu.
*Reflexão sobre as leituras do domingo de Cristo Rei, 24-11-2013.

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