Estou cada vez mais convencido que a vida é uma escola de confiança e todos nós estamos inscritos nesta exigente instituição. Não é possível trabalhar em equipa, criar relações interpessoais e amar com autenticidade sem nos sentirmos obrigados a confiar em nós próprios e nas pessoas com quem construímos a nossa própria história e a história da humanidade.
Confiar nos outros, pôr um «pedaço» da nossa vida nas mãos de alguém, requer muita liberdade e coragem, porque podemos correr o risco de não sermos bem compreendidos nem acolhidos, e isso pode bloquear a aprendizagem da confiança. «Nunca mais vou confiar em alguém» é a típica frase de quem já chumbou na difícil matéria da desilusão. Dar a oportunidade, a nós e aos outros, de «confiar outra vez» é o único caminho do sucesso para quem procura a felicidade. É a minha profunda convicção.
Durante o treino e a vivência das nossas relações surgem algumas armadilhas no nosso comportamento que podem criar dentro de nós atitudes de uma «falsa confiança». O controle obcecado da vida da pessoa em quem «supostamente» confio é a clara evidência da minha total desconfiança. A verdadeira confiança gera cuidados e seguranças em detrimento da obsessão e do controle.
Autoconfiança
Muitas vezes a tendência a desconfiar do outro tem como fundamento a falta de confiança em si próprio. Há pessoas com fortes tendências a desconfiar, porque se calhar o clima familiar em que cresceram não foi propício, durante a etapa da infância e adolescência, para gerar autoconfiança. Reinscrever-se na escola da confiança é a solução para quem em consciência se sente um desconfiado de tudo e de todos.
Transparência, aceitação dos limites, reconhecimento das próprias forças e potencialidades, são algumas das tantas disciplinas a retomar e aprovar para quem quer crescer em verdade. A falta de confiança em si próprio faz com que a pessoa dependa em excesso dos outros, evite assumir riscos por medo do fracasso, aumente a auto-crítica e o negativismo e não acredite facilmente no reconhecimento dos outros.
Por outro lado, a pessoa que tem uma equilibrada autoconfiança não tem medo da reprovação dos outros porque confia nas suas habilidades e capacidades e expressa livremente as suas opiniões, inquietações, preferências e desejos. Confiar nos outros exige que primeiro aprendamos a confiar em nós próprios. Sem esta condição torna-se difícil construir uma vida equilibrada e autêntica.
Fátima Missionária
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