Geração de eletricidade registrou uma queda de 6,4% no CO2e.
As emissões de gases do efeito estufa caíram 0,1% nos primeiros doze meses após a introdução do preço sobre o carbono na Austrália. A queda acentuada nas emissões provenientes da geração de eletricidade foi compensada pelo crescimento em quase todos os outros setores, segundo informações do governo.
As emissões caíram em 300 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) para 545,9 milhões nos doze meses até 30 de junho, segundo dados divulgados pelo Departamento de Meio Ambiente na sexta-feira.
A maior fonte de emissões, a geração de eletricidade, registrou uma queda de 6,4% no CO2e para 181,3 milhões de toneladas, principalmente devido à retração na demanda. Mas, com a exceção dos resíduos, as emissões cresceram em todos os outros setores, incluindo nas atividades de mineração e transporte.
A recém-eleita coalizão conservadora jurou abolir o esquema de precificação de carbono, que foi introduzido pelo governo anterior, trabalhista.
O Ministro de Meio Ambiente, Greg Hunt, comentou que a leve queda nas emissões mostra que o esquema teve pouco efeito.
“O que vemos é que o valor da eletricidade subiu, assim como o gás e o custo da refrigeração, mas as emissões mal mudaram com a taxa”, disse Hunt à rádio ABC.
O período reportado cobre o primeiro ano em que cerca de 280 dos maiores emissores da Austrália tiveram que pagar pelo CO2 emitido para a atmosfera.
Hugh Saddler, especialista em energia da consultoria Pitt & Sherry, disse que alcançar cortes nas emissões exige mudanças técnicas e de investimentos significativas, e que levaria tempo.
“Estes processos são inevitavelmente graduais, o que, é claro, torna ainda mais importante que não se tenha alterações frequentes nas políticas, mas sim previsibilidade em longo prazo sobre os custos e preços relativos”, ressaltou à Reuters.
“Ninguém que realmente entende como a economia responde às mudanças nos custos relativos... esperaria uma reposta instantânea grande com a precificação das emissões”.
O governo conservador quer substituir o preço sobre o carbono por um ‘Plano de Ação Direta’, que incluiria um fundo de A$ 2,55 bilhões para comprar cortes de emissões e para pagar 15 mil pessoas para plantar árvores.
Os trabalhistas e o Partido Verde atualmente tem a maioria no Senado australiano e prometeram bloquear as tentativas do governo de alterar as políticas atuais, mas o preço do carbono deve ser abolido quando o novo Senado assumir o poder, a partir de julho do ano que vem.
Instituto Carbono Brasil
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