Em 1994, a silvicultura (florestas plantadas) representava menos de 30% da produção florestal, enquanto o extrativismo ultrapassava os 70%. Entre 1998 e 2002, ambos praticamente se igualaram, mas a partir de 2003 a silvicultura acentuou a predominância e vem se distanciando do extrativismo. Agora, de um total de 146,8 milhões de metros cúbicos (m³) de madeira em tora produzidos no país, em 2012, 89,8% são provenientes da silvicultura e 10,2% oriundos do extrativismo vegetal.
Os dados constam da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2012 (Pevs 2012), estudo divulgado pelo Instituto de Geografia e estatística (IBGE). Em 2012, a produção de madeira em tora originada da silvicultura destinada a papel e celulose contribuiu com 56% no total nacional.
Os técnicos do IBGE ressaltaram a implementação de políticas públicas, ao longo dos anos, de incentivo da silvicultura, de forma econômica e sustentável. “A exploração madeireira predatória, que tantos danos causou ao meio ambiente, vem sendo substituída por técnicas de impacto reduzido, preservando o setor madeireiro através do uso racional e sustentável”, destaca o documento.
A adoção de um sistema de manejo florestal aliado a iniciativas conservacionistas que procuram conter os desmatamentos constituem um fator preponderante para preservação das matas, segundo o IBGE. “O crescimento da silvicultura é fator preponderante na amenização do impacto causado pela retirada de produtos madeireiros.”
Ainda no âmbito do fenômeno da inversão silvicultura-extração vegetal, a troca da lenha de matas nativas (muito usada como combustível nas zonas rurais para cozinhar alimentos) por lenha de reflorestamento e a substituição delas nas indústrias que utilizam a lenha como fonte energética são exemplos de como a atividade vem contribuindo para reduzir a pressão sobre as florestas nativas. “Isso sem contar que o eucalipto, principal espécie plantada no Brasil, pode ser abatido com excelente produtividade a partir do sexto ano, prazo este bem inferior à regeneração de nossas florestas”, enfatiza a pesquisa.
Produtos florestais
Segundo dados do Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), divulgados este ano, dos principais produtos florestais, apenas o segmento da celulose apresentou desempenho negativo em 2012 quanto às exportações e o consumo interno, quando comparado ao ano de 2011.
Os demais segmentos da indústria brasileira de base florestal (papel, painéis industrializados, compensados e carvão vegetal) apresentaram variações positivas. A área total de plantios florestais em 2012 chegou a 7,18 milhões de hectares. Quando comparado a 2011, o número mostra aumento de cerca de 180 mil hectares.
As áreas plantadas com eucalipto ocupam 70,8% desse total, em seguida aparece o pinus (22%) e as demais espécies como acácia, araucária, pópulus, teca, seringueira e paricá (7,2%). Os plantios de eucalipto e pinus estão concentrados em Minas Gerais, São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, na Bahia e em Mato Grosso do Sul.
Eco Desenvolvimento
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