Com 25 anos de ordenação, Jorge Rocha revive lembranças com o Papa.
Ele fala sobre a atenção que polonês dava aos peregrinos em Roma.
O frei Jorge Rocha relembra de contatos que teve com o Papa João Paulo II, o primeiro a visitar o Brasil em três ocasiões. Ele e João XXIII vão ser canonizados neste domingo (27), em cerimônia no Vaticano. “Os santos vivem entre nós. Santidade não é altar de lonjura e eu convivi com um santo. Fica aquela sensação de maravilha, de confirmação, não tinha outro caminho. A igreja não inventa o santo, ela reconhece o que já é”, afirma o frei, que tem 25 anos de ordenação e integra a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
O primeiro contato que teve com o Papa foi no ano de 1980, quando o polonês visitou Salvadorpela primeira vez. “Conheci na Boca do Rio. O vi de muito longe. Estava aquele lamaçal e muita chuva. Ouvi aquela voz com um português meio ‘gauchês’ e tranquilo, parecia que morava aqui com a gente e nunca imaginei que iria conviver com ele”, relembra.
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Anos depois, em 1992, ele foi a Roma cursar mestrado no Colégio Internacional São Lourenço de Brinde, que acolhe caputinos do mundo inteiro. O curso durou três anos e foi nesse período que Frei Jorge teve outros dois encontros com o Papa.
“Ele sempre tinha o desejo de acolher os peregrinos que iam a Roma e aqueles que estudavam lá. Da primeira vez, ele fez uma pequena preleção e depois atendeu a todos os alunos, um a um. Ele tinha um ‘Q’ muito sereno, de muita unção. E o olhar que dava para gente transmitia paz. Eu ficava assim: ‘Como ele conseguia receber tanta gente? ’. Para cada um, ele tinha uma palavra. Ele apenas não tocava na mão, puro e simplesmente”, afirma.
Frei Jorge lembra que, após contar sobre sua origem e dizer que pertencia à Ordem de Feira de Santana, interior da Bahia, o Papa lembrou de Dom Lucas Moreira Neves, que era Arcebispo de Salvador em 1991, ano em que o Papa fez a segunda visita à capital baiana. Após conversarem sobre Dom Lucas, o Papa disse ao Frei Jorge: “Seja um bom Capuchinho”, conta. “Seus olhos transmitiam paz”, conta o frei, em tom de admiração.
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