Padre Geovane Saraiva*
O dia mundial do meio
ambiente foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972, por
ocasião da abertura da Conferência de Estocolmo na Suécia. Desde então,
comemorado anualmente no dia 5 de junho,
chamando atenção para o lado humano das questões ambientais; capacitar as
pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável; também
promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem
de mentalidade em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais, sem
esquecer evidentemente da necessidade de parcerias para garantir que todas as
nações e povos desfrutem de um futuro mais seguro e mais profícuo.

Agradeço a Deus, como se fosse uma
inspiração, quando alhures disse em artigo que toda civilização necessita de
figuras exemplares, modelos e referenciais, as quais mostrem concretamente ao
mundo, os grandes sonhos e utopias, numa palavra, mostrem os valores últimos,
no tocante de sustentar as motivações dos seres humanos, na sua relação e ação
com Deus e seus semelhantes, com a natureza ou meio ambiente. Parece até que
estava antevendo a novidade ou o presente para o mundo hodierno, que foi a
eleição (13/03/2013) do Papa Francisco, dando provas concretas, através dos
gestos e sinais, de que tem sonhos para a renovação da Igreja e do mundo, a
ponto de sensibilizar corações e consciências a uma profunda conversão.
Na oportunidade citava o Hartmut
Koschyk, Vice-Ministro da Economia Alemã, que ao visitar aos 05/05/2012 a
Basílica de São Francisco de Assis – Itália, pronunciou as seguintes palavras:
“Seria melhor uma Europa mais franciscana”. Segundo aparece no site
www.sanfrancesco.org, o Vice-Ministro alemão teria afirmado que “o pensamento
franciscano é caracterizado pela fraternidade, bondade e solidariedade, virtudes
que podem contribuir para uma nova ordem ética e econômica”, que não prescinda
da natureza ou meio ambiente.
Com o Papa Francisco, somos chamados
ainda mais a contemplar o Pobrezinho de Assis, cuja vida não significou um
abandono do mundo, de seu convívio de então e das relações entre as pessoas. Ao
contrário, podemos ver na sua radical opção de vida, de um modo claro e
explícito, uma dura crítica às forças dominantes do tempo por ele vivido,
indicando uma nova sociedade, fundamentada nos valores do Evangelho, tendo como
resultado a solidariedade e fraternidade dos filhos de Deus.
Francisco de Assis, na sua “loucura”
por Deus e por suas criaturas, iniciava uma nova forma de convívio humano,
fundamentalmente chamando a atenção para as questões ambientais, comemorado
neste dia 05 de junho no mundo inteiro. Como é salutar pensar num Francisco de
Assis como irmão universal, o qual chamava irmãos e irmãs todas as criaturas,
mesmo as últimas, indicando claramente, que todos os seres vivos procedem de
uma mesma e única fonte: Deus. Daí a sua
primeira relação com a natureza ser não de domínio ou posse, mas de fraterna e
terna convivência.
Diante da herança incomensurável
deixada por Francisco de Assis, bondade de Deus, tão bem assimilada e assumida
pelo Papa Francisco, sejamos inspirados a lutar em defesa da vida humana na
face da terra em toda sua plenitude, aqui posta em questão no seu sentido
último, a partir do Pobrezinho de Assis, ao colocar nossas forças e talentos
bem acima dos interesses pessoais e particulares, num grande clamor por
solidariedade, esforçando-nos para salvar o mundo, associados ao Santo Padre, seu maior
protagonista, que a partir do absoluto de Deus, quer dizer uma palavra de
ordem: o planeta precisa de vocês!
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza,
escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia Metropolitana de Letras de
Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE) e
Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de Santo Afonso -
geovanesaraiva@gmail.com
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