Dados mostram que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio contribuíram para salvar milhões de vidas.
As condições de vida de milhões de pessoas melhoraram graças aos esforços em nível global, regional, nacional e local para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Segundo o novo Relatório dos ODM lançado na segunda-feira, 7 de julho, em Nova York, muitas das metas estabelecidas já foram alcançadas mundialmente, como a redução da pobreza, o aumento do acesso a fontes de água potável, a melhoria das condições de vida de moradores de favelas e a realização da paridade de gênero no ensino primário.
O Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é uma avaliação anual dos progressos realizados em nível mundial e regional para alcançar os ODM, que apresenta dados mais amplos e atualizados, compilados por mais de 28 agências internacionais e das Nações Unidas. O documento é elaborado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e da Secretaria Social das Nações Unidas. O conjunto completo de dados utilizados na elaboração do Relatório está disponível no site.
Os dados mostram que os ODM contribuíram para salvar milhões de vidas em todo o mundo. De acordo com o relatório, ao longo dos últimos 20 anos, a mortalidade de crianças menores de cinco anos foi reduzida quase pela metade, o que significa dizer que a cada dia evita-se a morte de 17 mil crianças em todo o mundo.
Além disso, a terapia antirretroviral para pessoas infectadas com HIV salvou 6,6 milhões de vidas desde 1995 e a taxa de mortalidade materna diminuiu 45% entre 1990 e 2013. Entre 2000 e 2010, foi evitado que mais de 3 milhões de pessoas morressem de malária graças a expressiva ampliação das intervenções preventivas e do tratamento contra a doença.
"Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são um testemunho do compromisso de defender os princípios da dignidade humana, igualdade e equidade, e livrar o mundo da pobreza extrema", destacou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O relatório ressalta que, para a elaboração da próxima agenda de desenvolvimento, é essencial manter durante o resto do ano os progressos conseguidos até agora no alcance dos ODM e concentrar e intensificar os esforços nas áreas em que o progresso tem sido mais lento ou ainda não foi alcançado.
América Latina e Caribe
O Relatório destaca o progresso alcançado na região da América Latina e Caribe, sendo a região que mais apresentou resultados em áreas como paridade de gênero e acesso ao tratamento contra o HIV, quando comparada às demais regiões em desenvolvimento.
Em 2012, as mulheres da região ocupavam 44 de cada 100 empregos remunerados em setores não-agrícolas, que é a maior proporção de paridade de gênero de todas as regiões em desenvolvimento.
Matricularam-se em instituições de ensino secundário 107 meninas para cada 100 meninos, diferença que se torna ainda mais significativa no ensino superior, com 128 meninas matriculadas para cada 100 meninos.
Menos famintos
A região também está perto de cumprir a meta de reduzir pela metade a proporção de pessoas que passam fome, que caiu de 15% em 1990-1992 para 8% entre 2011-2013. No entanto, ainda existem grandes disparidades entre as duas sub-regiões. Entre 2011-2013, a prevalência de pessoas subnutridas na América Latina foi de 7%, enquanto no Caribe foi de 19%.
América Latina e Caribe também reduziram a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos em 65%, passando de 54 mortes por mil nascidos vivos em 1990, para 19 em 2012, o que aproxima a região de alcançar a meta.
O Brasil aparece em destaque na seção do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio relacionado ao meio ambiente. As medidas tomadas pelo país para reflorestar as áreas desmatadas e gerir de forma mais sustentável as suas florestas foram reconhecidas, junto com outras ações realizadas pelo Chile, China, Costa Rica, Ruanda e Vietnã, que contribuíram para reduzir a média de perda de florestas de 8,3 milhões de hectares anuais em 1990 para cerca de 5,2 milhões anualmente entre 2000 e 2010.
Eco Desenvolvimento
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