Ocorrência dobrou após o ano 2000, resultando em mais ondas de calor, secas e enchentes.
A Califórnia atravessa uma grave seca, ondas de calor ampliaram e intensificaram a temporada de incêndios florestais nos Estados Unidos e na Europa, e o Reino Unido foi assolado no começo do ano pela pior enchente de sua história. Esses são apenas alguns poucos exemplos dos eventos climáticos extremos vistos no Hemisfério Norte recentemente, e parte da explicação meteorológica para eles passa pelos chamados bloqueios atmosféricos.
Esses bloqueios, como o próprio nome deixa claro, impedem a movimentação de massas de ar, fazendo com que uma mesma condição meteorológica se repita por dias, semanas ou até meses sobre uma determinada região.
Em um alerta que pode ajudar a explicar a maior quantidade de eventos extremos nos últimos anos, o Instituto Potsdam, um dos mais renomados centros climatológicos mundiais, constatou que os bloqueios atmosféricos no Hemisfério Norte estão ficando mais frequentes, e sugeriu que isso estaria relacionado ao aquecimento do Ártico.
Analisando 35 anos de informações de satélites, navios, estações e balões meteorológicos, os pesquisadores concluíram que existe uma clara tendência de crescimento na ocorrência dos bloqueios atmosféricos.
“Desde 2000, percebemos um grande aglomerado desses bloqueios. É quando essas ondas de grande altitude ficam quase estacionárias que vemos os eventos extremos na superfície. Isso é especialmente notável com relação aos extremos de calor”, explica Dim Coumou, um dos coautores do estudo.
Esses bloqueios, como o próprio nome deixa claro, impedem a movimentação de massas de ar, fazendo com que uma mesma condição meteorológica se repita por dias, semanas ou até meses sobre uma determinada região.
Em um alerta que pode ajudar a explicar a maior quantidade de eventos extremos nos últimos anos, o Instituto Potsdam, um dos mais renomados centros climatológicos mundiais, constatou que os bloqueios atmosféricos no Hemisfério Norte estão ficando mais frequentes, e sugeriu que isso estaria relacionado ao aquecimento do Ártico.
Analisando 35 anos de informações de satélites, navios, estações e balões meteorológicos, os pesquisadores concluíram que existe uma clara tendência de crescimento na ocorrência dos bloqueios atmosféricos.
“Desde 2000, percebemos um grande aglomerado desses bloqueios. É quando essas ondas de grande altitude ficam quase estacionárias que vemos os eventos extremos na superfície. Isso é especialmente notável com relação aos extremos de calor”, explica Dim Coumou, um dos coautores do estudo.
Segundo o trabalho, há algumas décadas aconteciam em média apenas dois meses com grandes bloqueios atmosféricos em um período de quatro anos, número que subiu para cinco meses entre 2008 e 2011.
Os pesquisadores apontam, sem conseguir ainda comprovar a teoria, que existem boas razões físicas para acreditar que o aumento dos bloqueios atmosféricos esteja relacionado com o aquecimento do Ártico, uma vez que as correntes de jato (jet streams) de ventos são causadas pela diferença de temperatura entre os polos e o equador.
“Com o Ártico aquecido, a diferença de temperatura com relação às baixas latitudes diminui. Sabemos que é essa diferença o principal motor para a circulação atmosférica. O derretimento do gelo e da neve se deve ao nosso estilo de vida, que despeja na atmosfera quantidades sem precedentes de gases do efeito estufa (GEEs)”, explicou Hans Joachim Schellnhuber, coautor.
Os pesquisadores destacam que a simples elevação das temperaturas médias no globo já explicaria em parte a maior frequência de eventos extremos. Porém, não é justificativa suficiente para entender o quadro completo.
“Não temos dúvidas de que estamos aquecendo a nossa atmosfera ao emitirmos GEEs, mas o aumento nas ondas de calor na Europa e nos Estados Unidos parecia desproporcional a esse aquecimento. Assim, começamos a analisar outros fatores, como os padrões de circulação do ar”, disse Coumou.
Os pesquisadores apontam, sem conseguir ainda comprovar a teoria, que existem boas razões físicas para acreditar que o aumento dos bloqueios atmosféricos esteja relacionado com o aquecimento do Ártico, uma vez que as correntes de jato (jet streams) de ventos são causadas pela diferença de temperatura entre os polos e o equador.
“Com o Ártico aquecido, a diferença de temperatura com relação às baixas latitudes diminui. Sabemos que é essa diferença o principal motor para a circulação atmosférica. O derretimento do gelo e da neve se deve ao nosso estilo de vida, que despeja na atmosfera quantidades sem precedentes de gases do efeito estufa (GEEs)”, explicou Hans Joachim Schellnhuber, coautor.
Os pesquisadores destacam que a simples elevação das temperaturas médias no globo já explicaria em parte a maior frequência de eventos extremos. Porém, não é justificativa suficiente para entender o quadro completo.
“Não temos dúvidas de que estamos aquecendo a nossa atmosfera ao emitirmos GEEs, mas o aumento nas ondas de calor na Europa e nos Estados Unidos parecia desproporcional a esse aquecimento. Assim, começamos a analisar outros fatores, como os padrões de circulação do ar”, disse Coumou.
Instituto Carbono Brasil
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