quarta-feira, 3 de setembro de 2014

'Com o trabalho não se brinca', adverte o papa

Francisco prestou solidariedade a trabalhadores de siderúrgica da região da Úmbria.

Cidade do Vaticano - O papa manifestou nesta quarta-feira (3) a sua solidariedade a operários da siderurgia e a fiéis da Diocese de Terni-Narni-Amelia, localizada na Úmbria, centro da Itália, afirmando que “com o trabalho não se brinca”. “Quem por motivos de dinheiro, de negócios, por querer ganhar mais, tira o trabalho, saiba que tira a dignidade às pessoas”, alertou Francisco, falando de improviso durante a audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.

Numa intervenção saudada pelas palmas de dezenas de milhares de pessoas, o papa quis unir-se aos apelos do bispo de Terni-Narni-Amelia, manifestando a sua “profunda preocupação pela grave situação que estão vivendo tantas famílias” por causa dos projetos da ‘Thyssenkrupp’, novos proprietários da companhia siderúrgica ‘Acciai Speciali Terni’.

O grupo alemão apresentou nas últimas semanas um programa que visa uma poupança de 100 milhões de euros em cinco anos e implica o desemprego para 550 trabalhadores. “Mais uma vez, dirijo um forte apelo para que não prevaleça a lógica do lucro, mas a da solidariedade e da justiça. No centro de todas as questões, também trabalhistas, deve ser sempre colocada a pessoa e a sua dignidade”, disse o papa.

Francisco tinha recebido em audiência, no último dia 20 de março, os operários siderúrgicos de Terni e as suas famílias, no Vaticano. Na ocasião, o papa sustentou a necessidade de promover o emprego e proteger a “dignidade” de quem trabalha, reforçando as críticas a um sistema que coloca o “dinheiro” no centro.

“Que podemos dizer perante o gravíssimo problema do desemprego que atinge vários países europeus? É a consequência de um sistema econômico que já não é capaz de criar trabalho, porque colocou no centro um ídolo, que se chama dinheiro”, lamentou.
SIR

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