quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Parentes de estudantes que sumiram no México fazem caravana

13/11/2014 10h21

Eles viajarão de vários pontos do país até local onde jovens estudavam.

Caravanas percorrerão sete estados do país.

Da France Presse

 Ativista de uma organização chamada Comuna fazem protesto em que seguram silhuetas representando 43 estudantes desaparecidos no México, no sítio arqueológico de Monte Alban, em Oaxaca (Foto: Jorge Luis Plata/Reuters)Ativista de uma organização chamada Comuna fazem protesto em que seguram silhuetas representando 43 estudantes desaparecidos no México, no sítio arqueológico de Monte Alban, em Oaxaca (Foto: Jorge Luis Plata/Reuters)
Os pais dos 43 estudantes mexicanos desaparecidos em setembro iniciam nesta quinta-feira (13) caravanas para exigir das autoridades notícias sobre o paradeiro de seus filhos, rejeitando a investigação oficial que indica que eles foram assassinados.
A chamada Caravana Brigada Nacional dos 43 Desaparecidos se dividirá em três partes, que partirão para vários pontos do país a partir do centro de formação de professores onde estudavam os jovens desaparecidos em Ayotzinapa, (Guerrero, sul), informaram as famílias das vítimas.
"Está acesa a chama da insurgência civil", afirmou, quase sem voz, Felipe de la Cruz, um dos pais, explicando que o objetivo das caravanas é exigir que o governo dê uma resposta ao desaparecimento de seus filhos.
As caravanas percorrerão sete estados do país, entre eles Chihuahua, fronteira com os Estados Unidos, e Chiapas, fronteira com a Guatemala, e terminarão seu percurso na Cidade do México, em 20 de novembro.
A organização destas caravanas acontece em meio a uma série de protestos registrados desde que, na sexta-feira passada, a promotoria informou que, segundo traficantes presos, os 43 jovens teriam sido assassinados, e seus corpos incinerados e jogados em um rio após terem sido baleados por policiais em 26 de setembro.
Os disparos contra os estudantes teria sido ordenado pelo agora ex-prefeito de Iguala, José Luis Abarca, já detido.
O caso teve repercussões políticas no país. Em 23 de outubro, o então governador de Guerrero, Ángel Aguirre, renunciou ao cargo e na quarta-feira o procurador estatal, Iñaky Blanco, formalizou sua renúncia ante o Congresso.
Na noite de quarta-feira, cerca de 500 professores e estudantes invadiram a Assembleia Legislativa Guerrero e atearam fogo ao plenário e à biblioteca, além de incendiarem cinco veículos.
Depois de já terem queimado outro prédio do governo, os ativistas destruíram os gabinetes dos deputados. Em seguida, dirigiram-se para a residência do governador de Guerrero.
Os professores fazem parte de uma corrente radical do sindicato nacional e, no ano passado, já haviam feito violentos protestos contra a reforma educacional. Sedes de partidos políticos no estado foram incendiadas.
Apesar dos protestos, o governo, através do subsecretário das Relações Exteriores mexicano, Juan Manuel Gómez Robledo, rebateu as críticas de que as autoridades responderam de forma tardia a esta crise.
Ele afirmou ainda que o caso terá uma investigação conduzida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)
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