quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Paul McCartney emociona público em show intimista no Rio

 13/11/2014 01h58

Apresentação foi a primeira em uma arena na América Latina.

Trânsito da Barra da Tijuca atrasou a chegada dos últimos espectadores.

Gabriel BarreiraDo G1 Rio
Ídolo cumprimentou público no Rio em português e esbanjou simpatia (Foto: Marcos Hermes/Divulgação)Ídolo cumprimentou público no Rio em português e esbanjou simpatia (Foto: Marcos Hermes/Divulgação)
Paul McCartney morreu. Esta lenda que ocupou páginas dos tabloides ingleses no fim da década de 1960 perdeu força há muito tempo e é ignorada por quase todos os quase 15 mil fãs que assistiram ao ex-beatle nesta quarta-feira (12) no palco do HSBC Arena, Zona Oeste do Rio, na turnê Out There!. 'Macca', afinal, atualizou as gerações de espectadores fanáticos.  O autor do boato desacreditado só esqueceu de um detalhe: o cover de Paul teria que ser muito mais novo do que o original para a história bizarra parecer verdadeira.

Aos 72 anos, Paul parece ter muito menos idade e carrega uma vitalidade impressionante. Durante três horas, o artista – vivinho - desfilou sucessos da carreira do grupo londrino e novas composições da carreira solo numa apresentação intimista, a primeira em uma arena na América Latina.

Paul cantou mais de três dezenas de canções. E se arriscou no português, já 'craque' no idioma, com suas vindas mais frequentes ao país que lotou o Maracanã para vê-lo na década de 90 pela primeira vez. "É maravilhoso estar de volta ao Rio", disse em 'carioquês', puxando o erre.
Letícia durante a apresentação do ex-beatle, no Rio de Janeiro (Foto: Gabriel Barreira/G1)Letícia durante a apresentação do ex-beatle, no
Rio de Janeiro (Foto: Gabriel Barreira/G1)
Prova da renovação de gerações aficionadas do ex-beatle, Letícia Queiroz assistiu ao primeiro show de 'Macca' com a mãe de 63 anos, no ano passado. Aos 31, levou a filha Clara, ainda na barriga, para comemorar os oito meses de gestação em pleno show da nova turnê, nesta quarta.

"O último show dele no Rio (no Engenhão) fui com a minha mãe, agora ela [a filha para nascer] veio comigo. Sou muito hormonal, chorei tanto no último. Acho que vou chorar de novo", disse ela, antes do início da apresentação. Não esperou nem 'All Together Now', a quem Paul dedicou aos mais novos: "Essa é para a garotada", em português. Chorou já em 'Blackbird', quando o palco se ergueu e ele cantou à luz de uma lua cenográfica.
O show, marcado para às 22h, começou às 22h30 com 'Eight Days a Week'. Tempo suficiente de espera para a pontualidade londrina, mas "de menos" para o trânsito carioca – principalmente o da Barra da Tijuca. Nas primeiras músicas, os espectadores ainda corriam para preencher as arquibancadas da Arena. Logo na sua primeira canção, Paul voltou a apostar na simpatia que o ajudou a conquistar o público. Respondendo às luzes que insinuavam a entrada do ídolo, os fãs gritaram. Paul tocou no microfone e reagiu como se tivesse a mão queimada pelo calor do público. Familiarizado com o português, emendou: “Oi, e aí?”
O show já se aproximava do fim, quando, em 'Live and Let Die', fogos estouraram do palco. A gritaria só aumentou com o autor emendando 'Hey Jude'. Era o que o público esperava. Cartazes com "na, na, na" completavam o refrão. Duas espectadoras foram convidadas ao palco para participar da cerimônia. Elas foram 'tatuadas' com um autógrafo nas costas. A estudante Victória Aguinaga, de 18 anos, ficou com inveja. "Eu, que desmaiei duas vezes, que deveria estar lá em cima", disse às amigas. Foi o primeiro show de Paul na vida dela. Os outros dois, os pais não conseguiram comprar os ingressos, que se esgotaram.
Público lotou Arena HSBC, na Zona Oeste do Rio, para ver o ex-Beatles tocar (Foto: Marcos Hermes/Divulgação)Público lotou Arena HSBC, na Zona Oeste do Rio, para ver o ex-Beatles tocar (Foto: Marcos Hermes/Divulgação)

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