Mark Zuckerberg encomenda ao arquiteto Frank Gehry a nova sede da sua empresa.
Frank Gehry (centro) apresenta a Zuckerberg (esq) a maquete da nova sede do Facebook em Menlo Park, Califórnia.
Por Rosa Jiménez Cano*
Se Mountain View é a cidade do Google, Mark Zuckerberg decidiu que Menlo Park, poucos quilômetros ao norte da primeira, será o lugar associado ao Facebook. A macrossede da rede social, projetada pelo arquiteto Frank Gehry, já começa a ganhar forma. Conheça o melhor da obra desse canadense considerado o mais ousado e criativo arquiteto da atualidade.
A obra só avançou 20% até agora. Alguns técnicos sabem que em questão de meses estarão trabalhando do outro lado da estrada, mas que a mudança será muito fácil – o emaranhado viário será atravessado por várias pontes para pedestres.
Visitar a sede atual é uma experiência semelhante a pisar num parque temático infantil, mas dedicado à tecnologia. O edifício 15 dá as boas vindas aos visitantes. Ali, dois manobristas se oferecem para estacionar o carro. Não estão lá por luxo, e sim como forma de potencializar a eficiência. Contrariando o costume local, não aceitam gorjeta.
Na praça central, que simula a de um povoado, um telão no lugar onde ficaria a prefeitura anuncia os próximos eventos. Debaixo dele, numa espécie de aquário, Zuckerberg mantém seu escritório improvisado. Na verdade é uma sala de reuniões que dá para a rua, e onde ele é visto a toda hora.
Nenhum chefe tem escritório. Nos vidros, uma simpática advertência que é respeitada com naturalidade: “Não alimentar nem fazer fotos dos animais”. Perto, uma churrasqueira prepara o almoço. Na Hacker Way, a rua que divide as duas fileiras de edifícios, pode-se entrar numa sala de música para relaxar, ir à gráfica criar cartazes ou distrair-se com uma tarde de bricolagem, após um curso de segurança, entre serrotes, tábuas e lixadeiras.
As opções para comer são variadas: de um celeiro – assim apelidado por causa das saladas feitas com hortaliças cultivadas nos arredores – a uma pizzaria e uma rede de fast food de alta qualidade, que só existe neste complexo.
Multiplicar por quatro a magnitude desta incipiente cidade artificial custará 20 bilhões de dólares (mais de 57 bilhões de reais). O total deste complexo, incluindo hotéis e moradias para funcionários, será de 80 hectares. A maquete do reconhecido arquiteto canadense revela um povoado de 21 edifícios, todos eles com cúpulas diáfanas, exceto os alojamentos.
Embora o projeto seja bem visto em Menlo Park por causa da riqueza que os funcionários da rede social atraem para a cidade, já se ouvem algumas vozes críticas. John Tehanes, diretor da obra, tenta aplacá-las: “Sabemos que não devemos fazer apenas uma sede corporativa, pois a integração com a comunidade será crucial. O Facebook vai continuar crescendo, e precisamos que estar preparados, assim como respeitar os moradores”. Nascido há 11 anos num alojamento da Universidade Harvard, o Facebook conta atualmente com 9.199 funcionários em mais de 60 escritórios.
*Rosa Jiménez Cano foi enviada a San Francisco pelo El País, onde esta reportagem foi publicada originalmente.
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