Encontrada garrafa atirada no oceano há um século, por soldado inglês rumo à guerra
Por Marco Lacerda*
Há vários relatos sobre garrafas contendo mensagens sendo encontradas em todos os continentes, após realizarem viagens de milhares de quilômetros e depois de vários anos, às vezes mais de um século. Isso é possível porque, ao serem lançadas ao mar, dependendo das correntes marítimas, as garrafas podem fazer viagens inusitadas.
O que pode ser a mensagem mais antiga encontrada em uma garrafa até agora apareceu há poucos meses na costa das ilhas Faroe perto da fronteira com a Escócia. Foi encontrada por Alice Perry, uma funcionária pública aposentada, enquanto passeava pela praia.
A garrafa continha carta de um soldado inglês à mulher, atirada ao mar há mais um século, quando ele seguia de navio para os campos de batalha na França, em 1914, durante a I Guerra Mundial. Na mensagem o soldado Thomas Hughes, de 26 anos, dizia à esposa:
“Minha amada, não sei quando voltarei a revê-la. Hoje de manhã, antes de iniciar esta carta, fiquei prostrado sem conseguir comer nem falar. Estava sozinho, entregue aos meus pensamentos solitários. Tento me esforçar, mas não consigo me libertar da irracionalidade amorosa. Em todas as direções que olho você está presente. Sinto o cálido ar exalado por sua boca, o doce respirar de seus olhos, o bálsamo frondoso de seus cabelos. Vivo entre a esperança e a incerteza sobre o futuro na medida em que me aproximo do horror da guerra. Meu único consolo, minha doce amada, é sentir que a levo comigo no coração”.
Thomas Hughes morreu em combate uma semana depois de atirar ao mar a mensagem que nunca chegou ao seu destino.
Esse sempre foi um tema tão fascinante que uma das mais famosas músicas do grupo inglês The Police chama-se "Message in a Bottle" (mensagem em uma garrafa). A letra fala de um náufrago perdido em uma ilha que envia, dentro de uma garrafa, um S.O.S ao mundo, na esperança de ser resgatado.
A história está repleta desse tipo de ocorrência, uma delas registrada em 2002, quando o pescador alemão Konrad Fischer encontrou entre os peixes trazidos do Oceano Báltico uma garrafa contendo uma carta escrita em 1930 por uma mulher francesa de nome desconhecido. Na missiva, a remetente descreve uma tragédia ocorrida naquele ano durante uma travessia do Canal da Mancha. Ela estava voltando ao local onde um ano antes perdera Maurice, seu filho de cinco anos, a quem a mensagem é dirigida:
“Perdoe-me pelo ódio que ainda sinto pelo seu desaparecimento de forma tão brutal. Foi um erro imperdoável, uma distração por eu estar ligeiramente alcoolizada naquela noite a bordo. Espero que Deus interceda em meu favor e lave da minha alma essa dor da qual não consigo me separar. Perdoe-me por não ter sabido protegê-lo, deixando-o escapar das minhas mãos, você tão pequenino e indefeso. Espero que esta mensagem o encontre em algum lugar nas profundezas do mar, que você a leia e finalmente me dê o seu perdão”.
Graças à divulgação dada à carta pelo pescador Konrad Fischer, através da imprensa, a garrafa chegou às mãos de uma filha da mulher que hoje, aos 85 anos, vive na Nova Zelândia. O nome dos personagens ainda são mantidos em sigilo. O corpo de Maurice nunca foi encontrado.
Até bem pouco, uma mensagem engarrafada e perdida no mar há quase um século reivindicava um novo recorde mundial , de acordo com funcionários do Guinness. A carta de 97 anos, encontrada perto das ilhas Shetland pelo capitão escocês Andrew Leaper em sua rede de pesca. Ele comparou a surpreendente descoberta a "ganhar na loteria".
Coincidentemente, a 43 anos o mesmo barco que havia estabelecido o recorde anterior. O recordista anterior, Mark Anderson, também estava a bordo quando a garrafa foi encontrada. Lançado em junho de 1914 pelo capitão C. H Brown, da Escola de Navegação de Glasgow, a garrafa continha um cartão prometendo uma recompensa de seis pence para o localizador.
SOS Gaza: Mensagem dos meninos da Palestina. Veja o vídeo:
O que pode ser a mensagem mais antiga encontrada em uma garrafa até agora apareceu há poucos meses na costa das ilhas Faroe perto da fronteira com a Escócia. Foi encontrada por Alice Perry, uma funcionária pública aposentada, enquanto passeava pela praia.
A garrafa continha carta de um soldado inglês à mulher, atirada ao mar há mais um século, quando ele seguia de navio para os campos de batalha na França, em 1914, durante a I Guerra Mundial. Na mensagem o soldado Thomas Hughes, de 26 anos, dizia à esposa:
“Minha amada, não sei quando voltarei a revê-la. Hoje de manhã, antes de iniciar esta carta, fiquei prostrado sem conseguir comer nem falar. Estava sozinho, entregue aos meus pensamentos solitários. Tento me esforçar, mas não consigo me libertar da irracionalidade amorosa. Em todas as direções que olho você está presente. Sinto o cálido ar exalado por sua boca, o doce respirar de seus olhos, o bálsamo frondoso de seus cabelos. Vivo entre a esperança e a incerteza sobre o futuro na medida em que me aproximo do horror da guerra. Meu único consolo, minha doce amada, é sentir que a levo comigo no coração”.
Thomas Hughes morreu em combate uma semana depois de atirar ao mar a mensagem que nunca chegou ao seu destino.
Esse sempre foi um tema tão fascinante que uma das mais famosas músicas do grupo inglês The Police chama-se "Message in a Bottle" (mensagem em uma garrafa). A letra fala de um náufrago perdido em uma ilha que envia, dentro de uma garrafa, um S.O.S ao mundo, na esperança de ser resgatado.
A história está repleta desse tipo de ocorrência, uma delas registrada em 2002, quando o pescador alemão Konrad Fischer encontrou entre os peixes trazidos do Oceano Báltico uma garrafa contendo uma carta escrita em 1930 por uma mulher francesa de nome desconhecido. Na missiva, a remetente descreve uma tragédia ocorrida naquele ano durante uma travessia do Canal da Mancha. Ela estava voltando ao local onde um ano antes perdera Maurice, seu filho de cinco anos, a quem a mensagem é dirigida:
“Perdoe-me pelo ódio que ainda sinto pelo seu desaparecimento de forma tão brutal. Foi um erro imperdoável, uma distração por eu estar ligeiramente alcoolizada naquela noite a bordo. Espero que Deus interceda em meu favor e lave da minha alma essa dor da qual não consigo me separar. Perdoe-me por não ter sabido protegê-lo, deixando-o escapar das minhas mãos, você tão pequenino e indefeso. Espero que esta mensagem o encontre em algum lugar nas profundezas do mar, que você a leia e finalmente me dê o seu perdão”.
Graças à divulgação dada à carta pelo pescador Konrad Fischer, através da imprensa, a garrafa chegou às mãos de uma filha da mulher que hoje, aos 85 anos, vive na Nova Zelândia. O nome dos personagens ainda são mantidos em sigilo. O corpo de Maurice nunca foi encontrado.
Até bem pouco, uma mensagem engarrafada e perdida no mar há quase um século reivindicava um novo recorde mundial , de acordo com funcionários do Guinness. A carta de 97 anos, encontrada perto das ilhas Shetland pelo capitão escocês Andrew Leaper em sua rede de pesca. Ele comparou a surpreendente descoberta a "ganhar na loteria".
Coincidentemente, a 43 anos o mesmo barco que havia estabelecido o recorde anterior. O recordista anterior, Mark Anderson, também estava a bordo quando a garrafa foi encontrada. Lançado em junho de 1914 pelo capitão C. H Brown, da Escola de Navegação de Glasgow, a garrafa continha um cartão prometendo uma recompensa de seis pence para o localizador.
SOS Gaza: Mensagem dos meninos da Palestina. Veja o vídeo:
*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do DomTotal
Nenhum comentário:
Postar um comentário