23 DE OUTUBRO DE 2015
Por EBC
Comentários em redes sociais a respeito de uma criança de 12 anos participante de um programa de culinária trouxeram à tona, nesta semana, a cultura de estupro no país. Usuários do Twitter postaram mensagens que incitavam a violência sexual contra a participante-mirím do programa de culinária. A procuradora da República Priscila Costa Schreiner, coordenadora do Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público Federal (MPF) paulista, entende que é necessário estimular as denúncias sobre assédio e apologia de violência contra crianças pela internet.
Internet não é terra sem lei. (Foto: Divulgação)
."A família deve preservar as provas, fotografar ou imprimir a página e denunciar atitudes como essa. Isso ajuda na investigação", recomenda a procuradora da república Priscila Costa Schreiner. Saiba como denunciar
Priscila Costa Schreiner, Procuradoria da República. (Foto: NIC Brasil)
Segundo Schreiner, a tendência é que a família envolvida prefira deletar imediatamente a ocorrência ao
. Contudo, os procuradores recomendam que é necessário colher as provas e qualquer indício que pode ser visto como crime. "As pessoas têm liberdade de expressão, mas isso tem limite". Ela explica que, assim que toda denúncia chega ao MPF, o material é distribuído entre os procuradores. "Todos os casos são analisados pelo contexto das mensagens." A procuradora salienta que que incitação a abuso sexual de crianças pode ser entendida como apologia ao crime, denúncia que é encaminhada para a justiça estadual.
De acordo com a assessoria do Ministério Público de São Paulo, um procurador regional foi destacado para analisar diferentes denúncias que chegaram até o final da tarde desta quinta-feira à procuradoria.
Internet não é terra sem lei
O diretor de educação da
, o psicólogo Rodrigo Nejm, considera muito graves os comentários a respeito da garota de 12 anos."Esses discursos agressivos que fazem apologia a sexo e violência contra crianças são reflexos de uma cultura do estupro e machista"
Nejm conta que a Safernet possui um
que são encaminhadas para a Polícia federal e ao Ministério Público Federal. "É importante deixar claro que, na internet, as leis valem da mesma forma", ressalta. Ele acrescenta que devem ser repudiadas as mensagens que tratam sobre alegação de consenso, com relação a menores de idade, na relação sexual. "Isso é considerado abuso de vulnerável. É crime também a conversa de teor sexual com crianças e adolescentes".
O artigo 241 do
prevê as situações de crimes, que incluem a posse e a distribuição de imagens de crianças com teor sexual. O psicólogo recomenda que ninguém compartilhe mensagens como essas, mesmo que seja para repudiar ou denunciar. "Essas pessoas que publicam mensagens ofensivas querem, na verdade, audiência a esses discursos.É importante não dá-los."Saiba onde denunciar crimes cibernéticos
Aqui
mantido pela equipe da Safernet, o site recolhe denúncias anôminas relacionadas a crimes de pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida, entre outros.Dicas aos se deparar com um crime cibernético
Guarde todas as provas e indícios possíveis
Tire fotos das denúncias, "print screen" e imprima o material
Registre as denúncias com o maior número de detalhes.
Não compartilhe ou replique comentários ofensivos ou que incitem ao crime.
Crie uma rede de proteção com crianças vítimas, não permitindo que ela fique exposta aos comentários ofensivos nas redes sociais.
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