Estudo será lançado nesta segunda-feira (26), em Belo Horizonte.
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a consultoria Macrologística 86 projetos de infraestrutura no Sudeste de ordem prioritária totalizam R$ 63,2 bilhões de investimentos. O estudo, o último de uma série que abordou as prioridades da malha de transportes de cada região brasileira, será lançado nesta segunda-feira (26), em evento em Belo Horizonte, Minas Gerais. Se concluídos até 2020, esses projetos proporcionarão economia de R$ 8,9 bilhões por ano com a redução de custos logísticos para o setor produtivo, ampliando a competitividade da região e do país.
Distribuídos em oito eixos logísticos, com rotas que integram o Sudeste a outros estados e que seriam capazes de assegurar movimentação ágil e eficiente de insumos e mercadorias, apenas 16 das 86 obras prioritárias estão em execução. O estudo batizado de “Sudeste Competitivo” aponta que três desses eixos beneficiam diretamente a economia do Estado do Rio. Os investimentos em território fluminense vão desde obras na Via Dutra (BR-116) até construção de ferrovias, como a EF 118 (Ferrovia Rio-Vitória), passando pela ampliação do Porto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense.
Em valores, 70% estão na fase de planejamento ou na categoria idealizadas. Mais da metade não têm fonte de financiamento clara. Os recursos privados são 30% do total. “O importante é termos planejamento para quando o país voltar a crescer “, diz Wagner Cardoso, gerente de Infraestrutura da CNI, reconhecendo que dificilmente as obras estarão prontas até 2020. O levantamento será entregue ao governo com o objetivo de contribuir para a definição de prioridades das políticas públicas de transportes. O Sudeste representa mais da metade do PIB brasileiro e abriga o mais denso parque industrial do país. Em 2012, a produção industrial da região somou R$ 1,08 trilhão.
Planejamento – Projetos Logísticos
A crise política tem atrapalhado, mas o governo federal mantém firme o propósito de conceder à iniciativa privada dezenas de projetos logísticos, cujos valores somados chegam a 198,4 bilhões de reais. O ambiente nunca foi, porém, tão pouco amistoso. Além do conturbado cenário político e econômico, as novas condições de financiamento dos empreendimentos e o impacto da Operação Lava Jato sobre o setor de infraestrutura criam obstáculos extras.
Liberados pelo Tribunal de Contas da União no fim de setembro, os leilões das primeiras concessões de terminais portuários, por meio de outorga, poderão ser realizados ainda neste ano. Os editais para arrendamento de oito áreas, cinco nos portos públicos do Pará e três no Porto de Santos, devem ser divulgados em breve. As empresas vencedoras terão direito a explorar os terminais pelo prazo de 25 anos. Na primeira etapa estão previstos investimentos de 2,1 bilhões de reais, e o governo projeta arrecadar até 1 bilhão de reais.
Entre os interessados estão grupos europeus e asiáticos, com destaque para tradings agrícolas, interessadas em consolidar operações no País e ficar mais próximas de um píer em um porto, o que lhes proporcionaria maior competitividade. “Há muitas consultas em andamento, principalmente de estrangeiros, alguns interessados em voltar a operar no Brasil, outros em busca de consolidar suas operações”, afirma Paulo Dantas, sócio da área de infraestrutura do escritório Demarest Advogados. Os editais, acredita, devem ser lançados até o fim de 2015, mas as licitações provavelmente só sairão do papel no próximo ano. “Lançar o edital desses primeiros arrendamentos neste ano já seria uma vitória.”
Inicialmente, o modelo portuário não previa a cobrança de outorga onerosa, agora autorizada pelo TCU. A alteração é, porém, malvista pelos clientes dos portos. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Usuários de Transportes, Luiz Henrique Baldez, a cobrança resultará em tarifas mais altas. Ele cita a licitação de um terminal de grãos no Maranhão, cujo investimento inicial era de 350 milhões de reais. O vencedor do certame tinha de oferecer o maior ágio pelo ativo. O consórcio que ganhou a obra pagou 300 milhões de reais acima do preço mínimo. “Um ágio de 20% em uma licitação representa alta de 25% na tarifa.”
Petrobras – Pré-Sal
O preço do petróleo despencou e levou com ele a rentabilidade das reservas no pré-sal, a grande aposta da Petrobrás para sair do sufoco financeiro. Para que o pré-sal valha à pena, o barril do petróleo deve ser vendido a pelo menos US$ 45 no mercado internacional – número divulgado pela estatal no plano de negócios para os próximos cinco anos. Hoje, a cotação está a apenas US$ 3 dessa marca.
Na tentativa de virar o jogo, a empresa negocia com fornecedores valores menores pelo afretamento de sondas e plataformas, que são os principais equipamentos usados na exploração e produção do petróleo. Se tiver sucesso, vai conseguir reduzir o preço-alvo do petróleo a ser alcançado para viabilizar o pré-sal. Uma nova referência de preço para o negócio será definida até o fim do ano, quando serão concluídas as negociações com os fornecedores.
A queda no preço do petróleo afeta o caixa da empresa. Hoje, o principal campo em operação da Petrobrás é o de Lula, no pré-sal, que bateu recorde de produção em agosto. Mas a estatal já ganha 26,5% menos com esse campo que no auge da cotação. Com ganho reduzido pela queda do petróleo e pressionada por um endividamento gigantesco, perto de R$ 500 bilhões, a Petrobrás luta para pagar o que deve e para bancar os investimentos no projeto mais promissor do pré-sal: o campo de Libra. Hoje, a estatal e suas sócias em Libra – Shell, Total e as chinesas CNOOC e CNPC – ainda pesquisam o potencial da área. Apenas em 2020, Libra estará em plena produção. As reservas estimadas são de 8 bilhões a 12 bilhões de barris, a maior descoberta já feita no País.
Minério de Ferro - Exportações
O minério de ferro vive numa encruzilhada de desafios no mercado internacional, mas não perdeu toda a majestade na balança brasileira. Estrela do comércio de Minas Gerais e do Brasil com o exterior, os embarques da matéria-prima terminaram setembro em ciclo de alta acumulada no ano de 6,13% e devem manter o ritmo até dezembro, a despeito de a receita das vendas ter despencado 47,11% na comparação com os primeiros nove meses de 2014. Entre a boa e a má notícia, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), os números mostram que o carro-chefe da produção mineral do país puxa uma nova corrida das grandes empresas exportadoras, a Vale e a Samarco Mineração, diante de seus concorrentes no mundo. A briga é para aumentar a oferta de minérios mais ricos em ferro, portanto mais caros, e processados a custos menores.
A ordem é disputar cada palmo da demanda dos maiores compradores na China, Japão, Europa e Oriente Médio, num ambiente que alimenta as baixas dos preços, próximas de 50% no último ano, contudo, deslocando fornecedores menores da comodity. Como mandam as leis da economia, a oferta execessiva pressiona as cotações, o que exige maior esforço das mineradoras e ajustes que implicaram, neste ano, cortes na produção da Vale em Minas Gerais, ao mesmo tempo em que, agora, começa a crescer o processamento para elevar os teores de ferro nas jazidas de Itabira e de São Gonçalo do Rio Abaixo, na porção central de Minas.
Distribuídos em oito eixos logísticos, com rotas que integram o Sudeste a outros estados e que seriam capazes de assegurar movimentação ágil e eficiente de insumos e mercadorias, apenas 16 das 86 obras prioritárias estão em execução. O estudo batizado de “Sudeste Competitivo” aponta que três desses eixos beneficiam diretamente a economia do Estado do Rio. Os investimentos em território fluminense vão desde obras na Via Dutra (BR-116) até construção de ferrovias, como a EF 118 (Ferrovia Rio-Vitória), passando pela ampliação do Porto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense.
Em valores, 70% estão na fase de planejamento ou na categoria idealizadas. Mais da metade não têm fonte de financiamento clara. Os recursos privados são 30% do total. “O importante é termos planejamento para quando o país voltar a crescer “, diz Wagner Cardoso, gerente de Infraestrutura da CNI, reconhecendo que dificilmente as obras estarão prontas até 2020. O levantamento será entregue ao governo com o objetivo de contribuir para a definição de prioridades das políticas públicas de transportes. O Sudeste representa mais da metade do PIB brasileiro e abriga o mais denso parque industrial do país. Em 2012, a produção industrial da região somou R$ 1,08 trilhão.
Planejamento – Projetos Logísticos
A crise política tem atrapalhado, mas o governo federal mantém firme o propósito de conceder à iniciativa privada dezenas de projetos logísticos, cujos valores somados chegam a 198,4 bilhões de reais. O ambiente nunca foi, porém, tão pouco amistoso. Além do conturbado cenário político e econômico, as novas condições de financiamento dos empreendimentos e o impacto da Operação Lava Jato sobre o setor de infraestrutura criam obstáculos extras.
Liberados pelo Tribunal de Contas da União no fim de setembro, os leilões das primeiras concessões de terminais portuários, por meio de outorga, poderão ser realizados ainda neste ano. Os editais para arrendamento de oito áreas, cinco nos portos públicos do Pará e três no Porto de Santos, devem ser divulgados em breve. As empresas vencedoras terão direito a explorar os terminais pelo prazo de 25 anos. Na primeira etapa estão previstos investimentos de 2,1 bilhões de reais, e o governo projeta arrecadar até 1 bilhão de reais.
Entre os interessados estão grupos europeus e asiáticos, com destaque para tradings agrícolas, interessadas em consolidar operações no País e ficar mais próximas de um píer em um porto, o que lhes proporcionaria maior competitividade. “Há muitas consultas em andamento, principalmente de estrangeiros, alguns interessados em voltar a operar no Brasil, outros em busca de consolidar suas operações”, afirma Paulo Dantas, sócio da área de infraestrutura do escritório Demarest Advogados. Os editais, acredita, devem ser lançados até o fim de 2015, mas as licitações provavelmente só sairão do papel no próximo ano. “Lançar o edital desses primeiros arrendamentos neste ano já seria uma vitória.”
Inicialmente, o modelo portuário não previa a cobrança de outorga onerosa, agora autorizada pelo TCU. A alteração é, porém, malvista pelos clientes dos portos. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Usuários de Transportes, Luiz Henrique Baldez, a cobrança resultará em tarifas mais altas. Ele cita a licitação de um terminal de grãos no Maranhão, cujo investimento inicial era de 350 milhões de reais. O vencedor do certame tinha de oferecer o maior ágio pelo ativo. O consórcio que ganhou a obra pagou 300 milhões de reais acima do preço mínimo. “Um ágio de 20% em uma licitação representa alta de 25% na tarifa.”
Petrobras – Pré-Sal
O preço do petróleo despencou e levou com ele a rentabilidade das reservas no pré-sal, a grande aposta da Petrobrás para sair do sufoco financeiro. Para que o pré-sal valha à pena, o barril do petróleo deve ser vendido a pelo menos US$ 45 no mercado internacional – número divulgado pela estatal no plano de negócios para os próximos cinco anos. Hoje, a cotação está a apenas US$ 3 dessa marca.
Na tentativa de virar o jogo, a empresa negocia com fornecedores valores menores pelo afretamento de sondas e plataformas, que são os principais equipamentos usados na exploração e produção do petróleo. Se tiver sucesso, vai conseguir reduzir o preço-alvo do petróleo a ser alcançado para viabilizar o pré-sal. Uma nova referência de preço para o negócio será definida até o fim do ano, quando serão concluídas as negociações com os fornecedores.
A queda no preço do petróleo afeta o caixa da empresa. Hoje, o principal campo em operação da Petrobrás é o de Lula, no pré-sal, que bateu recorde de produção em agosto. Mas a estatal já ganha 26,5% menos com esse campo que no auge da cotação. Com ganho reduzido pela queda do petróleo e pressionada por um endividamento gigantesco, perto de R$ 500 bilhões, a Petrobrás luta para pagar o que deve e para bancar os investimentos no projeto mais promissor do pré-sal: o campo de Libra. Hoje, a estatal e suas sócias em Libra – Shell, Total e as chinesas CNOOC e CNPC – ainda pesquisam o potencial da área. Apenas em 2020, Libra estará em plena produção. As reservas estimadas são de 8 bilhões a 12 bilhões de barris, a maior descoberta já feita no País.
Minério de Ferro - Exportações
O minério de ferro vive numa encruzilhada de desafios no mercado internacional, mas não perdeu toda a majestade na balança brasileira. Estrela do comércio de Minas Gerais e do Brasil com o exterior, os embarques da matéria-prima terminaram setembro em ciclo de alta acumulada no ano de 6,13% e devem manter o ritmo até dezembro, a despeito de a receita das vendas ter despencado 47,11% na comparação com os primeiros nove meses de 2014. Entre a boa e a má notícia, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), os números mostram que o carro-chefe da produção mineral do país puxa uma nova corrida das grandes empresas exportadoras, a Vale e a Samarco Mineração, diante de seus concorrentes no mundo. A briga é para aumentar a oferta de minérios mais ricos em ferro, portanto mais caros, e processados a custos menores.
A ordem é disputar cada palmo da demanda dos maiores compradores na China, Japão, Europa e Oriente Médio, num ambiente que alimenta as baixas dos preços, próximas de 50% no último ano, contudo, deslocando fornecedores menores da comodity. Como mandam as leis da economia, a oferta execessiva pressiona as cotações, o que exige maior esforço das mineradoras e ajustes que implicaram, neste ano, cortes na produção da Vale em Minas Gerais, ao mesmo tempo em que, agora, começa a crescer o processamento para elevar os teores de ferro nas jazidas de Itabira e de São Gonçalo do Rio Abaixo, na porção central de Minas.
Fonte: Ideia Fixa - Gestão de Informação
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