No Laos tudo é feito com paciência, no melhor estilo da tradição budista
Por Marco Lacerda*
Após décadas de conflitos de todos os tipos, o sudeste asiático abraçou a paz e abriu as portas ao turismo. E engana-se quem pensa que Laos, Vietnã e Camboja sejam destinos exclusivos para mochileiros. Os novos visitantes podem contar com hotéis refinados, spas, shopping centers, confortos e tecnologia semelhantes aos ocidentais. Sem perder de vista a espiritualidade e os marcos da história milenar.
A vida anda lentamente no Laos. O comércio abre as portas tarde, muitas vezes depois do meio dia. Motoristas de túk túk (motocicleta com cabine acoplada para passageiros) dormem durante o expediente e um percurso de 100 quilômetros custa quatro horas ao motorista de ônibus. Enquanto a Tailândia representa a síntese de festa e curtição, no Laos tudo é feito com paciência, na melhor tradição budista, num pequeno país que exibe com orgulho suas tradições comunistas com bandeiras vermelhas destacando a foice e o martelo.
Ex-colônia francesa, o reino do Laos também entrou na guerra do Vietnã indiretamente, com bombardeios secretos dos Estados Unidos. O governo comunista fechou a nação ao mundo e faz menos de duas décadas que os turistas começaram a redescobrir seus tesouros. O destino ainda representa mais aventura do que turismo, mas começa a chamar a atenção dos viajantes mais descolados. Em 1990, pouco mais de 14 mil pessoas encararam uma viagem ao Laos. Hoje, superam 1,1 milhão, atraídos pelos bistrôs e as construções coloniais de Luang Prabang ou os diversos templos da simpática capital Vientiane.
Boa parte do charme vem da colonização francesa, que durou de 1893 a 1954. Ela está evidente nas belas fachadas, nas ruas de paralelepípedo e também no idioma – o francês é ainda bastante falado como segunda língua. Há confeitarias como a JoMa, onde se serve café latte decorado, baguetes frescas e bolos bem europeus.
Tombada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, Luang Prabang é famosa pelo ritual chamado Tak Bat (“Ronda das Almas”), em que monges de trajes laranja vivo tomam as ruas e são presenteados pelos moradores com comida, incenso e outros agrados. É possível conhecer a cidade alugando bicicletas ou nos tuk-tuk . Em poucos minutos se chega ao suntuoso palácio real Haw Kham que hoje abriga o Museu Nacional, repleto de obras de arte doadas por países europeus e também de estátuas de Buda. Apresentações de dança e teatro abertas aos turistas acontecem vez por outra nos seus belos jardins.
Um passeio pelos templos budistas do Laos:
*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do DomTotal
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