O ex-Governador Virgílio Távora, possuidor de uma visão estratégica, resolveu construir o Centro Administrativo do Ceará, numa área chamada de Cambeba, próxima a Messejana. Iniciou pela construção do prédio da Secretária de Planejamento. Obra bem feita e administrada com competência pelo então secretário Luís Marques. Na época, com muita honra, ocupava a função de secretário da referida Pasta. O dinâmico Governador VT inaugurou as modernas instalações. Lá, com uma dedicada equipe, passamos a trabalhar. Eleito em 1982 governador do Estado, resolvi construir em frente, sempre com a orientação do dr. Luís Marques, o prédio da Secretaria da Fazenda, solicitação do eficiente secretário Firmo de Castro. A obra ficou uma beleza. Por sua vez, numa tarde, recebi no Palácio da Abolição a visita do jurista e inesquecível presidente do TJ, Desembargador Júlio Carlos de Miranda Bezerra. Mostrou-me a inviabilidade de funcionamento do Tribunal num antigo casarão localizado na rua Barão do Rio Branco, no centro de Fortaleza. Aceitei as justas ponderações do primo Júlio e disse-lhe que iria encontrar uma solução. Conversei, de inicio, com o amigo Firmo de Castro, “ex-futuro” ocupante do prédio. Comuniquei-lhe da minha intenção de ceder a obra ao TJ. Firmo concordou e entendeu perfeitamente a decisão de entregar ao Poder Judiciário um local digno de um Tribunal de Justiça. Era uma questão de respeito. Houve prós e contras, mas o competente e hábil Presidente Júlio Carlos conseguiu contornar as divergências. Assim, após 30 anos, pode-se dizer que foi uma opção correta.
*Professor, escritor e ex-governador do Ceará.
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