quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Falta de chuva atrai ‘caravela portuguesa’ até praia em Marudá, PA

Animais marinhos apareceram em Marudá no último domingo, 3.
Segundo pesquisadora da UFPA, população deve se prevenir de acidentes.

Do G1 PA

caravela portuguesa marudá pará praia (Foto: Wildes Lima/ Arquivo Pessoal)Caravelas apareceram na praia de Marudá, nordeste do Pará (Foto: Wildes Lima/ Arquivo Pessoal)
No último domingo (3), “caravelas portuguesas”, que são parecidas com águas-vivas, foram encontradas em Marudá, distrito de Marapanim, nordeste do Pará.  Segundo a coordenadora da pós -graduação em Ecologia e Pesca da Universidade Federal do Pará (UFPA), Jussara Lemos, "na época do ano em que a água está mais salgada, que é quando menos chove, as caravelas podem aparecer com mais frequência nas praias".
O fotógrafo Wildes Lima fez o registro por volta do meio dia. As caravelas, que levam esse nome porque se movimentam com o vento, estavam na areia da praia e chamaram a atenção de quem estava por lá, pois não é algo comum e requer alerta para acidentes com banhistas.
Caravelas chamaram atenção das pessoas que estavam na praia.  (Foto: Wildes Lima/ Arquivo Pessoal)Aminais marinhos chamaram atenção das pessoas na praia. (Foto: Wildes Lima/ Arquivo Pessoal)
Caravelas
Em entrevista ao G1, a pesquisadora Jurrara lemos explica que a “caravela-portuguesa”, como é comumente conhecida, é um animal facilmente confundido com uma água-viva (medusa), mas na verdade são “parentes” próximos. "A 'caravela-portuguesa' tem o nome científico de Physalia physalis. É um organismo invertebrado conhecido como Siphonophora, composto por uma colônia de organismos trabalhando juntos", afirma a pesquisadora.
O corpo desse animal é uma bexiga cheia de gás, que fica acima da água e se assemelha a um navio de guerra antigo, movido a vela. Os tentáculos são longos e finos que podem estender até 50 metros de comprimento abaixo da superfície, embora em média chegam a 10 metros.
Os tentáculos são cobertos por células chamadas “nematocistos”, que contêm uma substância usada para paralisar e matar os peixes e outros organismos aquáticos menores como camarões, que são seu principal alimento. Para os humanos, o contato com os tentáculos desse animal é doloroso, mas raramente fatal.
caravela portuguesa praia marudá  pará (Foto: Wildes Lima/ Arquivo Pessoal)Contato com caravelas é doloroso, mas raramente
fatal. (Foto: Wildes Lima/ Arquivo Pessoal)
Acidentes
As caravelas são encontradas flutuando em águas quentes de todos os oceanos do mundo. Elas são levadas pelos ventos e pelas correntes marítimas. Os acidentes ocorrem quando alguém passa pelo local onde as correntes as levam.
De acordo com Jussara, os banhistas devem ter atenção ao entrarem na água e jamais tocarem nos tentáculos das caravelas, mesmo quando elas já estiverem mortas.
Segundo alguns pesquisadores, o contato com as caravelas pode levar a danos tóxicos (eritema, edema, necrose, ação direta ao miocárdio, tecido nervoso, hepático e renal) e alérgicos, incluindo anafilaxia, urticária e formação de granulomas. A gravidade depende de diversos fatores, como estado de saúde e idade da vítima, local e espessura da pele acidentada, entre outros.
"O tratamento deve ser repouso da área afetada; retirada de tentáculos com a mão enluvada, pinça ou faca; não usar água doce para lavar o local ou esfregar panos secos, o local deve ser lavado com água do mar; bolsa de gelo ou compressas de água do mar fria por 5 a 10 minutos e corticoides tópicos duas vezes ao dia aliviam os sintomas locais. A dor deve ser tratada com analgésicos", orienta a pesquisadora
.

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