sexta-feira, 15 de abril de 2016

Faroeste caboclo

Patrícia Azevedo 14/04/2016


Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Renato Rocha [ex-baixista da Legião]. / Créditos: Divulgação
Ah, Brasília! Você que está diariamente nos noticiários, tão falada em tempos de impeachment, crises políticas, econômicas. [Ou de baixa umidade do ar]. Já desconfiava que fosse peculiar, diferente de todo o resto. Quando decidi conhecê-la e recebi o seguinte endereço – QMSW 04 LOTE 03 – assim, sem rua nem nada, tive certeza. 

Ampla, bela, projetada. Visualmente impactante. O trajeto do aeroporto até a casa de minha amiga foi feito assim, sem piscar. ‘Agora, uma caminhada da Torre de TV até o Congresso’. Vai boba! É aquele perto que nunca chega. Mas que compensa. Muito. Todos os prédios e ministérios; Teatro Nacional, Museu, Catedral Metropolitana, Planalto, STF. 

Há também o lago Paranoá, o estádio Mané Garrincha, os pubs – o irlandês O'Rilley me ganhou, por que será? Turista que fui, não saberia dizer se é uma boa cidade para morar. Desconfio que sim. Muitos foram e ficaram. 

Outros cresceram por lá e ganharam o país, como os garotos da  

Legião Urbana.

A banda foi formada em 1982 por Renato Russo, após uma confusão com a turma do Aborto Elétrico. Entra gente, sai gente e a Legião chega à sua formação clássica: Renato, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos. Nem preciso dizer que marcaram época. 

E mesmo com a morte de Renato, em 1996, ela está ai. Os garotos continuam tocando ‘Tempo perdido’ nos corredores do colégio, a história é contada ou inspira filmes – Somos tão jovens, Eduardo e Mônica – e conversas em mesas de buteco.
[Como é nostálgica aquela turma da década de 80]. 

Pois bem, nesta quinta e sexta-feira [14 e 15], a Legião Urbana se apresentará em Belo Horizonte, no Chevrolet Hall. Quem assume o lugar de Renato é o ator André Frateschi. E eu já garanti o meu ingresso. 

Niemeyer 

Se Brasília tem charme, Niemeyer tem culpa. Ele e Lúcio Costa – dois danadinhos. Olhando possíveis presentes para o amigo-israelense-estudante-de-arquitetura, descobri o livro ‘Oscar Niemeyer Buildings’, do fotógrafo Alan Weintraub.
As imagens são lindas e mostram não apenas Brasília, mas outras cidades que abrigam obras do arquiteto. A primeira delas: Belo Horizonte. ‘É a minha cidade!’, contava orgulhosa, entre fotos da Casa do Baile e da Igrejinha da Pampulha. Pela quantidade de comentários em hebraico trocados com o colega de república, parece que o presente agradou. Nunca saberei. 

Calatrava 

Não conheço tanto de arquitetura, mas adoro aprender. Em Dublin, o convite para conhecer a ponte Samuel Beckett foi aceito sem hesitar. ‘Pati, olha só! O Calatrava é mesmo sensacional, né?’ 

É. Achei o nome do moço engraçado, e o entusiasmo da minha colega, contagiante. Nunca esqueci [os dois]. A Mariana Vanucci de Andrade que me apresentou o Santiago Pevsner Calatrava Valls. 

O arquiteto espanhol tem feito muita coisa bacana, como o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e foi notícia esta semana no Dom Total. É dele o projeto do edifício mais alto do mundo, que será erguido em Dubai. Com seus 828 metros de altura, deve ficar pronto até 2020. Olha só!


Patrícia Azevedo
É graduada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com formação complementar em Ciências Sociais. Especialista em Gestão Estratégia da Comunicação pela PUC-Minas. Foi bailarina do Grupo Experimental 1º Ato e integrou a equipe do programa ‘Livro Aberto’ (atual ‘Imagem da Palavra’) da Rede Minas de Televisão. Atuou também, como jornalista, nas assessorias de comunicação da UFMG, do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, Assembleia Legislativa de Minas Gerais e Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar. É repórter do portal Dom Total.

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