Agência Ecclesia 21 de Junho de 2016, às 12:33
Vaticano divulgou programa da 14ª viagem internacional de Francisco, de 24 a 26 de junho
Cidade do Vaticano, 13 mai 2016 (Ecclesia) - O Papa Francisco vai visitar este sábado o memorial dedicado às vítimas do ‘Metz Yeghern’, o genocídio arménio, em Erevan, capital da Arménia, durante a sua visita ao país, que decorre entre sexta-feira e domingo.
A passagem pelo memorial de Tsitsernakaberd, construído em 1967, é um dos pontos centrais da visita do pontífice argentino, que já em abril de 2015 tinha celebrado uma Missa pelo centenário do ‘martírio’ (Metz Yeghern) arménio.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse hoje em conferência de imprensa que a visita evoca a “grande tragédia do povo arménio”.
Entre os anos de 1915 e 1916 centenas de milhares de arménios e outras minorias cristãs foram perseguidas pelo Império Otomano, mas a Turquia recusa as acusações de “genocídio” e não admite o número de vítimas que tem sido relatado.
O padre Lombardi referiu aos jornalistas que o Vaticano não quer promover uma discussão histórica ou política entre os dois países.
“Há um massacre injusto de pessoas, que nós reconhecemos como mártires”, sublinhou.
Na conferência de imprensa foi precisado que a expressão ‘Metz Yeghern’ é “ainda mais forte” do que a palavra “genocídio”, em arménio, significando uma “grande carnificina” que visa eliminar toda a presença de um povo.
O Papa vai depor uma coroa de flores no memorial de Tsitsernakaberd e encontrar-se com crianças, que vão apresentar memórias do que aconteceu há 100 anos, antes de uma oração.
Francisco saúda depois uma dezena de descendentes de “arménios perseguidos” que foram acolhidos em Roma pelo Papa Bento XV, “um dos poucos apoiantes explícitos do povo arménio” na sua época, adiantou o porta-voz do Vaticano.
O Papa visita a Arménia a convite de Karekin II, supremo patriarca e catholicos de todos os Arménios, das autoridades civis e da Igreja Católica, naquela que é a sua 14ª viagem internacional, com passagens, até ao momento, por 21 países.
A viagem tem início esta sexta-feira, com um voo de 2895 quilómetros e 4 horas a Erevan, rumo ao aeroporto Internacional ‘Zvartnots’, com chegada prevista para as 15h00 locais (12h00 em Lisboa).
Há um massacre injusto de pessoas, que nós reconhecemos como mártires
Após a cerimónia de boas-vindas, o Papa desloca-se para um momento de oração na Catedral Apostólica em Etchmiadzin, nos arredores da capital arménia, com saudações de Karekin II e Francisco.
Às 18 horas locais está prevista a visita de cortesia do Papa Francisco ao Palácio Presidencial, seguido pelo encontro com as autoridades civis e com o corpo diplomático, meia hora depois.
O último compromisso do primeiro dia da viagem à Arménia será um encontro privado com Karekin II, no Palácio Apostólico de Etchmiadzin.
O dia 25 de junho começa com a visita ao memorial de Tzitzernakaberd, seguindo-se um voo de 80 quilómetros até Gyumri, onde o Papa vai presidir à Missa na Praça Vartanants, palco da única deslocação em papamóvel da viagem.
Às 16h45 vai ter lugar uma vista às catedrais arménia das Sete Chagas e arménio-católica dos Santos Mártires, antes do regresso a Erevan, com Francisco a fechar o dia na Praça da República, com um encontro ecuménico de oração pela paz, na companhia de Karekin II, para o qual se prevê a participação de “dezenas de milhares de pessoas”.
No domingo, último dia da visita, o Papa celebra a Missa em privado e depois vai encontrar-se com os bispos católicos arménios, incluindo os da diáspora, no Palácio Apostólico em Etchmiadzin; às 10h00 participa na Divina Liturgia, no exterior da catedral arménia, pronunciando o seu quinto e último discurso.
Após esta celebração, Francisco vai almoçar com os responsáveis da Igreja Arménia e bispos católicos, seguindo-se uma oração no Mosteiro de Khor Virap, junto à fronteira turca, com o lançamento “simbólico” de duas pombas brancas.
A cerimónia de despedida está marcada para as 18h15, na capital arménia.
Em 2001, João Paulo II realizou uma viagem à Arménia, país que conta atualmente com 280 mil católicos (9,6% da população).
O Papa vai regressar este ano ao Cáucaso, com uma visita à Geórgia e ao Azerbaijão entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário