sábado, 14 de outubro de 2017

Bispo lança apelo contra ameaça nuclear na última peregrinação do centenário de Fátima


Dom António Marto na Missa do encerramento de Centenário de Fátima / Foto: Santuário de Fátima

FATIMA, 13 Out. 17 / 02:00 pm (ACI).- Ao presidir a última Peregrinação Aniversária Internacional do Centenário das aparições, o Bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, sublinhou que a mensagem de Fátima é de paz e recordou os apelos do Beato Paulo VI contra os perigos de uma guerra nuclear.

“A paz é um tema central da mensagem. Ao pedir para se rezar o terço pela paz todos os dias, Nossa Senhora quer desencadear, através da oração, uma mobilização geral que leva ao compromisso ativo pela paz”, afirmou durante sua homilia, renovando o chamado feito por Paulo VI por ocasião dos 50 anos das aparições.

Atualmente, seguiu o Prelado, “persistem as tensões entre as grandes potências, continuam os conflitos configurando uma ‘terceira guerra mundial em episódios’, alastra o terrorismo e a ameaça nuclear”.

Nesse sentido, recordou que, “de Fátima, irradiam para todo o mundo os esplendores da Graça e da Misericórdia divinas e as advertências proféticas da Mãe de Deus e dos homens”.

Segundo o Bispo, a Virgem de Fátima confia aos homens uma “mensagem profética de esperança e não um segredo intimidatório, de medo; uma palavra de bênção e não de maldição; uma promessa consoladora de paz e não de destruição”.

Ao recordar os Papas que visitaram o Santuário da Cova da Iria, entre os quais Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI, Dom Marto citou as palavras do Papa Francisco, que em maio deste ano presidiu a primeira Peregrinação Internacional  do centenário e canonizou os pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.

Na ocasião, o Santo Padre exortou: “Deixemo-nos, pois, guiar pela luz que vem de Fátima. Que o Coração Imaculado de Maria seja sempre o nosso refúgio, a nossa consolação e o caminho que nos conduz a Cristo. E como bons filhos digamos: Querida Mãe, dá-nos a tua bênção!”.

Dom António Marto alertou ainda como, “nesta época em que estamos vivendo uma certa indiferença religiosa, uma espécie de eclipse, ocultamento cultural de Deus, Maria nos convida hoje a descobrir o gosto e o encanto de Deus e da sua beleza, a proclamar como Deus é grande”.

“A misericórdia de Deus – expressou – é mais poderosa que a força do mal”. E, “a nossa vida não é oprimida, mas antes elevada e dilatada: torna-se grande na beleza e grandeza do Amor que salva. É por Deus ser grande que também o ser humano é grande, em toda a sua dignidade”.

Por fim, o Prelado também expressou sua “alegria e emoção” por presidir esta Celebração Eucarística. “Aqui voltamos, como todo o peregrino de Fátima, com o terço na mão, o nome de Maria nos lábios e o canto da misericórdia de Deus no coração”, disse.

“O Papa Francisco repetiu aqui duas vezes: ‘Temos Mãe’! Eu permito-me acrescentar: sim, temos mãe de ternura e de misericórdia, solícita e defensora dos pobres, dos que sofrem, dos humildes e humilhados, dos oprimidos, dos sós, dos abandonados e descartados pela cultura da indiferença”, acrescentou.

A Peregrinação Internacional desde dia 13 de outubro recorda a última aparição da Virgem em 1917, quando também aconteceu o chamado “milagre do sol”. Com esta celebração, encerra-se o centenário das aparições da Cova da Iria. O encerramento oficial acontecerá nesta noite, com um concerto realizado pela Orquestra e pelo Coro Gulbenkian, dirigidos por Joana Carneiro.

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